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Governo são-tomense promove reuniões para captar investimento estrangeiro

por Lusa

O Governo são-tomense promove esta semana, em Londres, reuniões com investidores e parceiros de desenvolvimento para atrair investimento para projetos estruturantes e em áreas em que o país tem mais dificuldades, disse à Lusa o primeiro-ministro.

Segundo Patrice Trovoada, nas reuniões de quarta e quinta-feira, o Governo são-tomense vai procurar mobilizar meios financeiros para projetos estruturantes, particularmente nas áreas de porto e aeroporto, turismo, prestação de serviços e transportes.

O Governo são-tomense pretende mobilizar na reunião com os doadores "um pacote financeiro", cujo montante não avançou.

"Somos um país extremamente dependente da ajuda internacional, há um envelope previamente definido, vamos avaliar esse envelope (com os parceiros), vamos tentar reorientar alguns projetos e procurar que se aumente o volume da ajuda", explicou o governante são-tomense, em entrevista à agência Lusa.

O encontro com o setor privado, na quarta-feira, é justificado pelo chefe do Governo com o facto de ser o investimento privado, "o que cria riqueza", e porque "o dinheiro público disponível ao desenvolvimento está cada vez mais difícil".

"Nos vamos fazer a advocacia das nossas posições, vamos chegar a um consenso e vamos ver se de facto as metas que foram colocadas na mesa em termos de aumento da ajuda ao nosso país e a canalização dessa ajuda para projetos específicos consegue ter o aval da maioria dos nossos parceiros", sublinhou.

Angola, Portugal, União Europeia, Taiwan, Suécia, Noruega, Guiné Equatorial, Estados Unidos da América, Azerbaijão, Israel, Irão, Brasil, Agencia de Desenvolvimento brasileira, Arábia Saudita, Dubai figuram entre os países e instituições que vão estar presentes neste evento.

A localização geoestratégica, paz, segurança, tranquilidade e o clima de negócios são os pontos fortes que o Governo são-tomense vai apresentar, segundo Patrice Trovoada.

"Temos uma democracia funcional há 25 anos, uma relativa estabilidade que hoje está um pouco mais consolidada pelo facto de ter-se um Governo com maioria absoluta no parlamento, que tem feito esforços no que diz respeito ao clima de negócios", disse.

Patrice Trovoada quer uma espécie de casamento entre o investimento privado em parcerias público-privada nessas áreas e o apoio da comunidade internacional na superação daquilo que considera de "fraquezas do país" nomeadamente a luta contra a pobreza extrema, a corrupção, melhorar a justiça, saúde pública e qualidade de educação.

Entre os projetos estruturantes, está o alargamento da pista e a modernização do aeroporto internacional de São Tomé e o porto de águas profundas.

"Essas duas infraestruturas, caberá mais ao Governo passar informação para o setor privado: em que pé está, o que é que nós precisamos, etc, e haverá investidores que, eu espero, vão manifestar interesse", explicou o governante.

Para a reunião com o setor privado, o Governo são-tomense convidou empresas e países "ligados à economia do mar" nomeadamente logística, reparação naval, pesca, transporte marítimo e gestão portuária.

Vão estar igualmente presentes empresas de prestação de serviço aeroportuário, nomeadamente de carga aérea, construção, gestão e manutenção dos aeroportos e das aeronaves, grupos hoteleiros para turismo de luxo, bancos, fundos de investimentos, empresas ligadas ao cacau, comércio de produtos agrícolas e petrolíferos.

Com muitas dessas empresas, segundo o primeiro-ministro são-tomense, vai ser feita "uma primeira abordagem porque nunca ouviram falar de São Tomé e Príncipe", destacando que "só o facto de aceitarem o convite para estarem presente já é muito bom".

Patrice Trovoada referiu que estas reuniões, inseridas num programa que o executivo batizou de STePin, fazem parte de um "plano de marketing" que será repetido no futuro, tendo justificado a escolha de Londres este ano por ser "uma das poucas praças financeiras de negócios no mundo".

A delegação são-tomense nestas reuniões, liderada pelo primeiro-ministro, é composta por 18 elementos, entre membros do Governo e técnicos nacionais.

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