Guterres quer Europa a acolher 200 mil refugiados

por Andreia Martins, RTP
Thomas Mukoya, Reuters

O alto comissário das Nações Unidas para os refugiados apela ao esforço das autoridades europeias na resolução da crise humanitária. Em comunicado, António Guterres considera que a União Europeia enfrenta um “momento decisivo”.

Guterres sublinha que “a solidariedade não pode ser da responsabilidade de apenas alguns estados-membros” e, nesse sentido, pede uma aposta na expansão da política de vistos e programas de bolsas escolares.“A Europa enfrenta um momento de verdade. Esta é a hora para reafirmar os valores sobre os quais foi construída”. O aviso é de António Guterres, representante da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que apela à mobilização dos povos europeus perante a grave crise de refugiados.

Num comunicado divulgado esta sexta-feira, o alto comissário da ONU avisa que uma resposta "fragmentada” da União Europeia apenas seria benéfica para os traficantes, que tiram proveito de situações de desespero.

Nesse sentido, Guterres considera que a UE deve acolher pelo menos 200 mil pessoas, um número que resulta de estimativas preliminares da organização e que é bastante superior aos 100 mil sugeridos ontem por Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu.
“Cada país deve fazer a sua parte”
Para além de redobrar a predisposição para o acolhimento, António Guterres considera que a UE deve apoiar os países sob forte pressão - nomeadamente Grécia, Hungria e Itália - e implementar uma “estratégia comum” baseada na “responsabilidade, solidariedade e confiança”.

O antigo primeiro-ministro português prossegue a mensagem de sensibilização endereçada à União Europeia e pede “alterações fundamentais” de forma a conceder asilo a um maior número de pessoas.

Guterres sublinha que “a solidariedade não pode ser da responsabilidade de apenas alguns estados-membros” e, nesse sentido, pede uma aposta na expansão da política de vistos e programas de bolsas escolares.
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