O alto comissário das Nações Unidas para os refugiados apela ao esforço das autoridades europeias na resolução da crise humanitária. Em comunicado, António Guterres considera que a União Europeia enfrenta um “momento decisivo”.
Num comunicado divulgado esta sexta-feira, o alto comissário da ONU avisa que uma resposta "fragmentada” da União Europeia apenas seria benéfica para os traficantes, que tiram proveito de situações de desespero.
Nesse sentido, Guterres considera que a UE deve acolher pelo menos 200 mil pessoas, um número que resulta de estimativas preliminares da organização e que é bastante superior aos 100 mil sugeridos ontem por Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu.
“Cada país deve fazer a sua parte”
Para além de redobrar a predisposição para o acolhimento, António Guterres considera que a UE deve apoiar os países sob forte pressão - nomeadamente Grécia, Hungria e Itália - e implementar uma “estratégia comum” baseada na “responsabilidade, solidariedade e confiança”.
O antigo primeiro-ministro português prossegue a mensagem de sensibilização endereçada à União Europeia e pede “alterações fundamentais” de forma a conceder asilo a um maior número de pessoas.
Guterres sublinha que “a solidariedade não pode ser da responsabilidade de apenas alguns estados-membros” e, nesse sentido, pede uma aposta na expansão da política de vistos e programas de bolsas escolares.