"Não podemos dizer que aquelas senhoras só podem ter manifestações da sua religião fora dos nossos olhares. Se é fora da nossa vista é fora do nosso relacionamento. Sem relacionamento não há integração" Cristina Azevedo olha a polémica em torno do uso do burkini nas praias francesas como um sintoma. A questão de fundo é o crescimento da islamofobia."Este é um problema latente que não vai desaparecer.
A decisão faz jurisprudência e aplica-se a todas as praias e locais públicos mas, mesmo assim, vários autarcas entendem que não.
"Tem que haver por parte dos políticos (em toda a Europa) uma cruzada pelo discernimento", lembra Cristina Azevedo. "não podemos confundir islamismo com terrorismo".
A comentadora política acredita que a classe política ainda não encontrou o tom correto para lidar com um assunto que os eleitores abordam de forma emocional e pouco refletida.
No governo francês o Primeiro-ministro é contra o fato de banho islâmico, a ministra da educação a favor. No Eliseu François Hollande não se compromete, Nicolas Sarkosy promete que se ganhar as eleições presidenciais vai banir o Burkini.
Cristina Azevedo recorda que o caso do burkini não passa de um sintoma ("é a ponta do iceberg, o mais visível) de outro problema mais vasto que está a ganhar terreno nas sociedades ocidentais, em especial as europeias: A islamofobia.
