Três bombistas suicidas abriram fogo e fizeram-se explodir junto à entrada do principal aeroporto internacional de Istambul. O ataque desta terça-feira em Atatürk causou pelo menos 31 mortos e 147 feridos, sendo que as agências internacionais e as televisões locais apontam para números bem mais elevados. Recep Erdogan já veio condenar este ataque e espera que o mundo se una numa tomada de posição “decisiva” de combate ao terrorismo.
Quando surgiram as primeiras notícias de explosões junto ao aeroporto de Atatürk, a polícia falava em apenas dois bombistas suicidas que abriram fogo e fizeram-se explodir junto à entrada, mas várias testemunhas apontaram para a presença de um terceiro bombista suicida, uma informação entretanto confirmada pelas autoridades.
Polícia aponta para Estado Islâmico
Aos primeiros minutos desta quarta-feira, o ataque ainda tinha sido reivindicado, mas a agência de notícias turca Dogan cita fontes policiais que apontam para uma ação coordenada pelo Estado Islâmico. A agência Dogan cita fontes policiais que dão como provável uma autoria do atentado por parte do Estado Islâmico, o que descartaria a "pista curda".
Numa análise precoce ao atentado, a agência Reuters nota que este caso indicia algumas semelhanças com o ataque terrorista realizado pelo Daesh no aeroporto de Bruxelas, no passado mês de março, quando um ataque coordenado atingiu o aeroporto e vários outros pontos da capital belga.
Segundo o ministro turco da Justiça, um dos atacantes abriu fogo com uma kalashnikov junto à entrada de um dos terminais do aeroporto, ainda antes de se fazer explodir. Voos cancelados
Dada a dimensão deste ataque, o chefe da Cruz Vermelha em território turco apelou aos dadores de sangue para que se dirijam a centros de recolha. Kerem Kinik pediu na CNN Turk para que os cidadãos evitem circular na área do aeroporto, de forma a permitir a passagem dos veículos de emergência.
Na sequência deste triplo atentado, vários voos com partida de Istambul foram cancelados. Outros voos, que tinham como destino a cidade turca, acabaram por ser desviados. Vários edifícios foram imediatamente evacuados pela polícia.
A Turquia tem sido fustigada por uma série de ataques terroristas no seu território. Só no último ano, registam-se dois ataques suicidas em zonas turísticas de Istambul, ataque que foi reivindicado pelo Estado Islâmico, e ainda duas explosões com carros-bomba em Ancara, reivindicado pelos curdos do PKK.
Disparos “aleatórios”
Segundo testemunhas ouvidas no local, um dos atacantes abriu fogo de forma “aleatória” junto ao terminal de partidas internacionais, ainda antes de se fazer explodir.
“Vimos um homem a atirar aleatoriamente. Disparava contra qualquer pessoa que se colocasse à sua frente. Estava todo vestido de preto, mas não trazia nenhuma máscara. Eu estava a 50 metros dele”, disse à agência Reuters Paul Roos, um turista sul-africano que estava de visita à Turquia.
O homem acrescenta no seu relato que o atacante parou de disparar ao ouvir duas explosões. Após alguns minutos de indecisão, o terceiro atirador apanhou um elevador. Ouviu-se uma nova troca de tiros no edifício, seguida de uma terceira explosão.
A polícia informou entretanto que, das duas bombas, uma explodiu no pavimento fronteiro ao terminal, do lado de fora, ao passo que a outra explodiu junto à porta de segurança na entrada do aeroporto.
Erdogan condena ataque
O Presidente turco condenou de forma veemente mais um ataque em solo turco. Numa declaração oficial, Recep Erdoğan lembra que o ataque desta terça-feira não é um problema exclusivo da Turquia.
“As bombas que hoje explodiram em Istambul poderiam ter explodido em qualquer outro aeroporto, em qualquer outra cidade”, reiterou.
Por isso, defende o chefe de Estado, os vários países devem tomar uma posição conjunta e urgente no combate eficaz à ameaça terrorista. De Washington, também já chegou a condenação pela Casa Branca, que garante “apoio firme” a Ancara perante a ameaça terrorista.
Artigos Relacionados
