Líderes chineses comemoram 80.º aniversário do fim da Longa Marcha

por Lusa

Os líderes chineses reuniram-se hoje no centro da Praça de Tiananmen, em Pequim, para comemorar o 80.º aniversário do fim da Longa Marcha, a epopeia que consagrou o Partido Comunista Chinês (PCC) e o seu líder Mao Tse-Tung.

O Presidente da China, Xi Jiping, e outros altos quadros do regime depositaram coroas de flores junto ao Monumento dos Heróis do Povo, situado a poucos metros do imponente mausoléu, onde está exposto o corpo de Mao embalsamado, e assistiram a uma cerimónia de homenagem.

Os atos solenes marcam também o chamado "Dia dos Mártires", uma data que celebra os heróis comunistas, e que foi instaurada por Xi, em 2014, celebrando-se desde então na véspera do Dia Nacional (1 de outubro).

Na cerimónia de hoje participaram ainda veteranos de guerra chineses, familiares de membros históricos do regime e representantes de diversas instituições e estratos sociais, informou a agência oficial Xinhua.

A China considera como mártires da pátria cerca de 20 milhões de pessoas que morreram nas lutas pela independência do país, desde a Primeira Guerra do Ópio (1840-42), e que inclui soldados nas guerras contra o Japão e no conflito na Coreia (1950-53).

Este ano a homenagem centra-se sobretudo na Longa Marcha, uma travessia de 6.000 quilómetros, que os guerrilheiros comunistas empreenderam a partir de outubro de 1934, para escapar ao cerco do exército da República da China, então controlada pelo Partido Nacionalista Kuomintang (KMT), que acabou por fugir para a ilha de Taiwan.

Durante essa retirada, que começou no sul do país e terminou no norte, morreram mais de 90% dos combatentes - de 100.000 no início, terminaram com menos de 10.000 -, mas a passagem por centenas de aldeias chinesas serviu para ganhar popularidade junto das massas populares.

Esse apoio traduziu-se em maior força para o PCC, permitindo-lhe derrotar o KMT e conquistar o poder, em 1949.

A Longa Marcha serviu também para Mao Tse-Tung, então um chefe de guerrilha, impor-se como principal líder comunista chinês, estatuto que manteve até à sua morte, em setembro de 1976.

A maioria dos livros de História consideram que a Longa Marcha durou um ano - entre outubro de 1934 e 1935 - altura em que as forças lideradas por Mao se fixaram em Yunnan, no centro do país.

Pequim opta, no entanto, por considerar que a travessia só chegou ao fim em 1936, quando chegaram a Yunnan os últimos destacamentos comunistas.

 

 

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