Líderes religiosos franceses pedem mais segurança em locais de culto após ataque a igreja

por Lusa

Os representantes de várias religiões em França pediram hoje ao Presidente francês que os locais de culto "recebam mais atenção" das autoridades em questões de segurança, afirmou o reitor da grande mesquita de Paris, Dalil Boubakeur.

"Queremos que os nossos locais de culto (judeus, cristãos, muçulmanos...) recebam mais atenção, uma atenção continuada, já que mesmo o mais humilde dos locais de culto está sujeito a uma agressão", disse, no final de uma reunião na presidência francesa, no dia seguinte ao homicídio de um padre numa pequena igreja no noroeste do país.

O reitor da grande mesquita de Paris manifestou também "em nome dos muçulmanos de França o sofrimento profundo e a perturbação psicológica que sentem perante este sacrilégio blasfemo contrário a todos os ensinamentos da religião muçulmana".

Boubakeur defendeu uma "reforma das instituições" do Islão em França, considerando "ter chegado a hora de os muçulmanos se consciencializarem daquilo que não está na bem nesta visão mundial do Islão e que os muçulmanos de França desenvolvam uma formação mais atenta dos seus religiosos".

Dois extremistas islâmicos, um dos quais francês e conhecido pelos serviços antiterroristas, entraram na terça-feira de manhã na igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, na periferia de Rouen (noroeste), durante a missa e fizeram seis reféns, incluindo o padre, três religiosas e um casal.

O padre Jacques Hamel, de 85 anos, foi degolado. Os atacantes foram abatidos pela polícia, quando saíram para o adro da igreja a gritar "Allah Akbar" (Deus é grande).

Há mais de um ano que a ameaça de um ataque contra um local de culto cristão pairava sobre o país, depois do fracasso de uma tentativa de atentado, em abril de 2015, contra uma igreja católica de Villejuif, nos subúrbios de Paris.

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