Mais dois sismos no centro de Itália

por Graça Andrade Ramos - RTP
Dois socorristas em torno de um edifício destruído após os sismos de Visso Max Rossi - Reuters

Os abalos foram suficientemente fortes para serem sentidos em Roma, a 150 quilómetros de distância, mas até agora não há registo de vítimas, apesar de vários edifícios antigos terem colapsado.

De acordo com dados do Centro de Geológico norte americano, USCG, os sismos ocorreram a dez quilómetros de profundidade, o primeiro, que registou 5.4 na escala de Richter, pelas 17h18 GMT e o segundo, mais forte e de 6.0, cerca de duas horas depois.

O USCG coloca o epicentro perto da vila de Castelsantangelo sul Nera. Já a agência de notícias italiana, ANSA, afirma que os sismos ocorreram separados por cerca de nove quilómetros em torno de Visso, o primeiro a sul-sudeste e o segundo a norte da cidade.Os abalos deram-se 80 quilómetros a norte do local onde em 24 de agosto um sismo de 6.4 provocou quase 300 vítimas mortais.

De acordo com vários testemunhos o primeiro sismo trouxe muitas pessoas para a rua, onde estavam quando se deu o segundo e mais forte abalo.

As autoridades da região afirmam que se sentem constantemente várias pequenas replicas.

Várias estradas ficaram cortadas pela queda de pedras e de terra Foto: Reuters
Escuridão e chuva
A zona está sem eletricidade e durante a noite apenas algumas ruas foram iluminadas por geradores. Os primeiros socorros foram feitos às escuras e sob chuva forte.

"Ainda não foram recebemos notícias de vítimas mas estamos na escuridão e sob um dilúvio", resumiu presidente da câmara da cidadezinha de Castelsantangelo sul Nera à ANSA, durante a madrugada. "Estamos à espera que a Proteção Civil nos traga torres de iluminação".

A cidade de Visso foi a mais afetada devido à proximidade dos abalos. Na cidade de Campi a igreja de San Salvatore, do século XV, colapsou no segundo tremor. Já na praça principal de Norcia vários edifícios assim como a igreja sofreram estragos graves mas mantêm-se de pé.
Risco de deslizamentos
Muitos residentes abandonaram as suas habitações para dormir nos carros, lavando consigo os gatos e os cães. Receiam um novo abalo que seja fatal para muitos edifícios.

Habitantes de Visso reitaram o que puderam das suas casas ao longo da manhã Foto: Reuters

Em Amatrice, a vila mais severamente atingida em agosto, os sismos provocaram novos estragos e colapsos nas estruturas já afetadas, mas não se registaram feridos. A maioria dos habitantes da região está a viver em tendas desde agosto.

A zona afetada pelos sismos desta quarta-feira é polvilhada de pequenas aldeias de pedra ligadas por estradas sinuosas e estreitas. Só será possível lá chegar ao longo do dia de hoje, se os caminhos estiverem transitáveis. Uma das estradas para Visso, por exemplo, ficou cortada por uma enorme pedra.

Os serviços de emergência avisam também para a possibilidade de derrocadas e de deslizamentos de terras e temem transportar equipamento pesado montanha acima devido ao risco de colapso do piso.

O primeiro ministro Matteo Renzi cancelou todos os compromissos para acompanhar o evoluir dos socorros.
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