Manifestações em todo mundo exigem defesa do futuro à conferência da ONU

por Lusa

Paris, 27 nov (Lusa) -- Melbourne marcou hoje o início de uma série de manifestações pelo clima que se vão desenrolar em todo o mundo neste fim de semana, com os organizadores a esperarem centenas de milhares de pessoas nas ruas.

"Não me destruam o futuro!" e "Não há Planeta B!" foram alguns dos slogans que os manifestantes naquela cidade australiana exibiam em cartazes, com velhos e novos a exigirem o abandono dos combustíveis fósseis, responsabilizados pelas emissões de gases com efeito de estufa e consequentes alterações climáticas.

Várias organizações não-governamentais vão organizar marchas, no sábado, em Manila, Tóquio, Joanesburgo e Edimburgo e, no domingo, em Seul, Rio de Janeiro, Nova Iorque e Cidade do México.

Portugal também participa neste movimento, com marchas marcadas para domingo às 15:00 horas em Lisboa (Martim Moniz), Porto (Largo do Terreiro) e Coimbra (Praça da República).

Na segunda-feira, começa a Cimeira do Clima, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), na qual é esperada a maior concentração de sempre de chefes de Estado e governo.

Entre os esperados estão os líderes dos EUA, Barack Obama, China, Xi Jinping, Índia, Narendra Modi, e Federação Russa, Vladimir Putin.

O objetivo da cimeira é estabelecer o primeiro pacto climático universal, limitando o aquecimento global até ao fim do século em 2ºC, em relação ao nível anterior à Revolução Industrial, através da redução das emissões de gases com feito de estufa.

Esta semana, a agência da ONU para a meteorologia adiantou que metade deste limite já foi atingido, em 2015.

E analistas acrescentaram que as intenções voluntárias de redução de emissões apresentadas pelos vários países, mesmo que sejam totalmente cumpridas, colocam a Terra num caminho de aumento de temperatura em 3ºC.

Um relatório divulgado hoje pelo banco Asiático de Desenvolvimento preveniu que os desastres provocados pelas alterações climáticas podem duplicar nas próximas duas décadas, a não ser que as emissões de dióxido de carbono sejam reduzidas.

A conferência de Paris vai reunir cerca de 40 mil pessoas, incluindo 10 mil delegados, provenientes de 195 países, mais jornalistas, observadores, cientistas, expositores e visitantes.

Cerca de 2.800 polícias e soldados vão fazer a segurança ao local da conferência, enquanto outros 6.300 serão colocados em Paris.

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