Manifestantes abandonam zona verde de alta segurança de Bagdad

por Lusa

Bagdad, 01 mai (Lusa) -- Os manifestantes xiitas que no sábado ocuparam a zona verde de Bagdad retiraram-se hoje, com a comissão organizadora dos protestos a pedirem às autoridades iraquianas que deem resposta às suas exigências nos próximos dias.

Um porta-voz da comissão, Ijlas al Obeidi, fez este apelo na Praça Tahrir, em Bagdad, diante de milhares de pessoas que ali se encontravam.

Al Obeidi ameaçou ainda tomar novas medidas se as autoridades não cumprirem as exigências dos seguidores do poderoso dirigente religioso xiita Moqtada Sadr, que tem uma milícia que tem sido importante nos combates aos `jiihadistas`.

No sábado, milhares de manifestantes entraram na zona verde de Bagdad, uma área de alta segurança onde se concentram numerosas instituições do país, e alguns deles invadiram mesmo o Parlamento e pilharam-no.

Os manifestantes reclamam contra a incapacidade do Parlamento para chegar a acordo para um novo governo capaz de aplicar as reformas anticorrupção.

O Iraque está numa crise política há semanas, com vários partidos a impedir o projeto do primeiro-ministro, Haidar al-Abadi, de formar um governo de tecnocratas.

A chefe da diplomacia da União Europeia, a italiana Federica Mogherini, condenou o assalto ao Parlamento e alertou para o perigo de uma nova desestabilização do país, que conhece dificuldades económicas ligadas à queda do preço do petróleo.

Esta crise também é seguida com preocupação pelos Estados Unidos, que temem que desvie as autoridades da luta contra o grupo `jihadista` Estado Islâmico, de acordo com uma fonte norte-americana citada pela agência France-Presse.

Hoje, o Estado Islâmico, uma organização sunita violenta e radical também conhecida pelo acrónimo árabe Daesh, reivindicou um duplo atentado suicida na cidade de Samawa, no sul do Iraque, que fez pelo menos 33 mortos e cerca de 50 feridos.

Os Estados Unidos lideram a coligação internacional que apoia a ofensiva das forças iraquianas para recuperar os territórios controlados pelo Estado Islâmico, como a segunda maior cidade do país, Mossul.

Tópicos
pub