Merkel defende acordo vinculativo sobre alterações climáticas em Paris

por Lusa

Berlim, 28 nov (Lusa) -- A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu hoje um acordo sobre alterações climáticas em Paris que seja vinculativo e contenha mecanismos de revisão periódica para conseguir que o aquecimento global não ultrapasse os dois graus.

"Os objetivos de redução [de emissões] propostos nos levariam ao objetivo do limite de dois graus centígrados [comparativamente com valores pré-industriais]. Isso significa que precisamos de processos de acompanhamento e, em minha opinião, de acordos vinculativos", afirmou Angela Merkel no seu vídeo semanal, antes da inauguração da cimeira do clima, que começa na segunda-feira na capital francesa.

Merkel advertiu que as metas não serão cumpridas com os planos apresentados até ao momento pelos vários países, mas elogiou os esforços realizados e, principalmente, o compromisso assumido pela China, que pela primeira vez assumiu o objetivo de evitar o crescimento das emissões poluentes a partir de 2030.

Mais de 140 chefes de Estado e de governo, como dos Estados Unidos ou Rússia, vão estar na sessão de abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21), que decorrerá até 11 de dezembro e tem como objetivo chegar a um acordo global vinculativo sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa.

As reuniões de negociação em Paris estão envolvidas em fortes medidas de segurança, após os atentados de 13 de novembro que provocaram 130 mortes e levaram o Governo francês a cancelar duas marchas marcadas para domingo e para 12 de dezembro.

De Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, e o novo ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, participam na abertura da COP21, na segunda-feira, em Paris.

A delegação portuguesa à COP21 integra técnicos institucionais, elementos de empresas, organizações não governamentais, de ambiente e desenvolvimento, e universidades.

A presença de portugueses não se esgota nesta delegação já que uma perita integra a equipa negocial da União Europeia (UE).

À delegação técnica da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), com cinco elementos, juntam-se elementos do Ministério do Ambiente, especialistas em áreas como a mitigação ou a adaptação aos efeitos das alterações do clima e seu financiamento.

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