Milhares de lagos aparecem na Antártida

por Rita Soares

Foto: DigitalGlobe, Inc.

Observações científicas no glaciar Langhovde, na Antártida, identificaram oito mil lagos formados a partir do derretimento da maior placa de gelo do planeta. Poderá ser essa a prova definitiva do aquecimento global e dos seus perigos potencialmente cataclísmicos.

Nos últimos anos, a placa de gelo que cobre a Antártida tem crescido, ao contrário do que acontece no hemisfério Norte, e tem sido esse o principal argumento dos que defendem que o aquecimento global é uma ficção.

No entanto, uma investigação conduzida pelo cientista da Universidade de Durham Stewart Jamieson e sua equipa no Glaciar Langhovde confirma a existência de cerca de oito mil lagos formados pelo derretimento do gelo nos verões entre os anos 2000 e 2013. É a primeira vez que um fenómeno desta natureza é observado no continente gelado austral.

No estudo publicado na revista especializada Geophisycal Research Letters, os autores da investigação defendem que estes lagos supra-glaciares podem resultar na desintegração da plataforma gelada da Antártida, causando efeitos devastadores no clima do planeta. O ano de 2015 foi o mais quente desde que começaram a efetuar-se registos destes valores, em 1880.

A, até agora, aparente estabilidade do gelo austral tem sido o principal argumento dos céticos do aquecimento global.
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