Em Paris, um soldado francês disparou sobre um homem alegadamente armado com uma faca, nas imediações do Museu do Louvre.
Bernard Cazeneuve, primeiro-ministro francês, diz que se tratou "manifestamente" de um ataque de "caráter terrorista" e saúda o "sangue frio" dos militares.
A France Presse refere que o indivíduo gritou Allahu Akbar ("Alá é grande"), e tentou agredir o militar com uma faca antes de ser atingido pelas forças de segurança. Um jornalista da agência contou que a área em causa foi de imediato cercada por forças policiais.
Rosário Salgueiro, correspondente da RTP em Paris, relatou que o incidente aconteceu junto à Rue de Rivoli, contígua ao museu do Louvre, muito próximo da Câmara de Paris. O suspeito tentou agredir dois dos militares que integravam a operação Sentinela, em vigor desde o ataque ao Charlie Hebdo, em 2015.
O incidente aconteceu junto ao Carrousel du Louvre, um centro comercial subterrâneo perto do icónico museu de Paris. A galeria foi entretanto evacuada para verificar ou não a presença de explosivos.
Cerca de 200 pessoas estiveram retidas no interior do centro comercial. A estação de metro de Palais-Royal foi encerrada, confirmou o prefeito de Paris.
Por motivos de segurança, o museu do Louvre foi evacuado pouco depois do incidente. Um porta-voz do Ministério do Interior confirma que foram retiradas cerca de mil pessoas que se encontravam no museu no momento do presumível ataque.
Évacuation des personnes à l'intérieur #Louvre @France24_fr pic.twitter.com/9udal8gWvn
— Clara Castelli (@ClaraCastelli1) February 3, 2017
O suspeito foi transportado para o hospital Georges-Pompidou. O comissário da polícia confirma que um dos militares envolvido no incidente ficou ligeiramente ferido.
Suspeito carregava segunda arma
As autoridades já confirmaram que o suspeito trazia consigo uma segunda arma. Nas mochilas que transportava não foram encontrados quaisquer explosivos.
Segundo o jornal Le Parisien, o militar abriu fogo sobre o suspeito por volta das 9h45 locais (menos uma hora em Lisboa). O homem transportava uma mochila, de onde terá retirado uma faca enquanto se aproximava das forças de segurança, avança o diário francês.
No Twitter, o Ministério francês do Interior confirmava durante a manhã um evento “grave” e a operação de segurança em curso na área próxima do Louvre.
Evénement grave de #sécurité publique en cours à #Paris quartier du #Louvre, priorité à l'intervention des forces de sécurité et de secours pic.twitter.com/PxTLacJk7a
— Ministère Intérieur (@Place_Beauvau) 3 de fevereiro de 2017
O Presidente francês François Hollande agradeceu a "coragem e determinação" dos militares no Carroussel du Louvre.
Je salue le courage et la détermination dont ont fait preuve les militaires, ce matin, au Carrousel du Louvre
— François Hollande (@fhollande) February 3, 2017
Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris, também recorreu ao Twitter para saudar a reação atempada das forças de segurança.
Communiqué de presse suite à l'agression d'un militaire au Carrousel du #Louvre pic.twitter.com/owa5am1t9o
— Anne Hidalgo (@Anne_Hidalgo) February 3, 2017
"Saúdo a resposta e o profissionalismo dos militares, que permitiu pôr termo à agressão e proteger os civis nas proximidades", acrescentou.
Foi entretanto detido um segundo homem na zona circundante do Louvre. Três polícias à paisana detiveram o indivíduo pouco antes das 11h00 locais, à saída do metro Louvre-Rivoli. Não até ao momento qualquer indicação de conexão deste caso com o alegado agressor no Carrousel du Louvre.
O ataque acontece num contexto de ameaça terrorista elevada em território francês, após uma série de atentados registados nos últimos dois anos.
De recordar que a França está em estado de emergência desde novembro de 2015, quando o ataque ao Bataclan e a vários pontos da cidade de Paris fez mais de 130 mortos.
Os sucessivos ataques colocaram França em alerta máximo, com um forte dispositivo de segurança destacado nos principais centros urbanos e locais de atração turística.