Ministros de nove países pedem a Governo e oposição da Venezuela para manterem diálogo

por Lusa

Caracas, 08 dez (Lusa) - Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Guatemala, México, Paraguai, Peru e Uruguai emitiram um comunicado conjunto instando o Governo e a oposição da Venezuela a manterem o diálogo.

Segundo o documento, citado hoje pela imprensa venezuelana, os ministros fazem votos "para que a Venezuela encontre o caminho do entendimento que lhe dará estabilidade para o futuro".

Os ministros dizem que os respetivos países "continuarão a apoiar os esforços" dos mediadores do diálogo na Venezuela, a União das Nações da América do Sul - Unasul e o Vaticano, cujo contributo "deve ser altamente apreciado por todas as partes, ao representar uma ajuda desinteressada, para favorecer o processo de diálogo".

Na terça-feira, a oposição venezuelana suspendeu a sua participação na mesa de diálogo com o Governo, a quem acusa de não cumprir os acordos conseguidos até agora nas negociações.

No mesmo dia, mais tarde, o Vaticano anunciou que o Governo venezuelano e a oposição iriam retomar o diálogo e que agendaram uma nova reunião de trabalho para 13 de janeiro de 2017.

No entanto, a aliança que junta a oposição, a Mesa de Unidade Democrática (MUD), disse na quarta-feira que não irá a qualquer reunião enquanto os acordos não forem cumpridos e anunciou que vai voltar aos protestos de rua.

A 30 de outubro, o Governo e a oposição iniciaram um diálogo, sob a mediação do Vaticano e da Unasul que levou à criação de quatro mesas de negociação.

A 01 de novembro, o parlamento, onde a oposição tem maioria, adiou "por alguns dias", a pedido do Vaticano, um debate para determinar a "responsabilidade política" do Presidente Nicolas Maduro, acusado da "rutura da ordem constitucional" no país.

A 12 de novembro, o Governo e a oposição acordaram trabalhar conjuntamente para a recuperação da economia e o combate à insegurança, tendo agendado nova reunião de diálogo para 06 de dezembro na qual a MUD não participou devido à falta de cumprimento dos acordos por parte do Governo.

Segundo a oposição, o Governo tinha prometido também libertar os presos políticos, criar um canal humanitário para a entrada de alimentos e medicamentos no país, estabelecer um cronograma eleitoral e avançar com uma data para uma eleição presidencial.

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