Moody`s corta rating de Reino Unido para negativo

por Graça Andrade Ramos - RTP
Jon Nazca - Reuters

A agência de rating alega que a saída do país da União Europeia traz muita incerteza económica. Já outra agência, a DBRS, reafirmou a perspetiva de estável das notações atribuídas à dívida britânica e o triplo"A".

As consequências da saída do Reino Unido são debatidas este sábado pelos seis países fundadores da União Europeia.

Os principais presidentes da UE já vieram pedir um "divórcio rápido". Jean-Claude Juncker afirmou mesmo que "não é um divórcio amigável" mas lembrou que "não era um caso amoroso muito unido, de qualquer forma".

O país irá usar o artigo 50, que lhe dá dois anos para negociar a saída. Nada terá de ser imediato, apesar dos apelos da UE.

Na reunião, convocada para Berlim, participam os ministros dos Negócios Estrangeiros alemão, francês, holandês, italiano, belga e luxemburguês.

Para a Moody's, o resultado do referendo irá ter "implicações negativas para as perspetivas de crescimento de médio-prazo", pelo que baixou os ratings do Reino Unido de "estável" para "negativo".

"Do ponto de vista da Moody's, o efeito negativo de um crescimento económico mais baixo irá pesar mais doo que as poupanças fiscais provenientes das contribuições que o Reino Unido deixa de pagar à UE."

A agência alega ainda que o Reino Unido tem um dos maiores défices orçamentais das economias avançadas.
Incerteza política
O país vive incertezas também a nível político. O primeiro ministro David Cameron demitiu-se após o Brexit e deverá abandonar o cargo em outubro. Boris Johnson, líder conservador e partidário da saída, é apontado como favorito para lhe suceder. Mas os independentistas nacionalistas do Ukip são uma força a ter em conta.

O próprio Reino Unido arrisca desintegrar-se. A Escócia - que escolheu esmagadoramente ficar na UE - prepara-se para fazer um novo referendo sobre a independência e o Sinn Fein da Irlanda do Norte apelou a um referendo para reunir as duas Irlandas.

Foi entretanto lançada uma petição para repetir o referendo, argumentando com a escassez da participação que se cifrou nos 72,2 por cento.

Em Londres, centenas de pessoas, a maioria jovens, reuniram-se numa manifestação contra o resultado do referendo.
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