Novo presidente da Áustria quer unir um país dividido

por Lusa

O novo chefe de Estado austríaco, Alexander Van der Bellen, que venceu por escassa diferença o seu adversário de extrema-direita, comprometeu-se hoje a "ser um presidente acima dos partidos" para representar o país "na sua diversidade".

"Serei naturalmente um presidente acima dos partidos, para todos", declarou Van der Bellen na sua primeira intervenção pública, em Viena, após o anúncio da sua vitória na segunda volta das presidenciais, ocorrida no domingo.

Adiantou querer "trabalhar para ganhar a confiança dos eleitores de (Norbert) Hofer (do FPÖ)", o seu adversário, que ultrapassou por apenas 0,6 pontos percentuais.

"Falou-se muito das linhas de fratura deste país, entre homens e mulheres, cidade e campo, ricos e pobres, podemos também considerar isto (o resultado eleitoral) como o facto de sermos as duas metades que constituem a Áustria e que nenhuma é mais importante que a outra", disse ainda o antigo dirigente dos Verdes, que se candidatou como independente.

"É preciso agora ocuparmo-nos da Áustria em toda a sua diversidade", concluiu num encontro com a imprensa.

O chanceler austríaco, o social-democrata Christian Kern, que assumiu funções há apenas uma semana, congratulou-se por ter no novo presidente "um parceiro para uma política pró-europeia e aberta ao mundo".

Na Áustria, como em Portugal, o presidente tem poderes relativamente limitados e não intervém na gestão diária do país, mas tem o poder de demitir o governo, opção que o candidato do FPÖ não tinha excluído.

Após a contagem hoje dos votos por correspondência, que representaram perto de 17% dos votos expressos, Van der Bellen, um antigo professor universitário de 72 anos, venceu com 50,3%, mais 31.026 votos do que Hofer, que obteve 49,7%, segundo os números oficiais anunciados.

O novo chefe de Estado da Áustria inicia funções a 08 de julho.

 

 

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