Nyusi compara dívidas ocultas a malária e diz que é preciso "desinfetar a casa"

por Lusa

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, estabeleceu hoje uma relação entre o caso das dívidas ocultadas nas contas públicas e a malária e disse que agora é preciso "desinfetar a casa" e retomar a confiança dos doadores.

Numa conferência de imprensa conjunta em Maputo com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Rebelo de Sousa, o chefe de Estado moçambicano disse que é fundamental saber como a dívida surgiu, referindo que, mal detetou a situação, o Governo assumiu que tinha um problema.

"É como chegar a uma casa e dizer que há malária", afirmou Nyusi, acrescentando que o problema não pode ser escondido, e importa averiguar as causas.

Insistindo na comparação entre empréstimos garantidos pelo Estado em 2013 e fora das contas públicas e a doença, o Presidente moçambicano disse é preciso ver se faltou "uma rede mosquiteira, se há charcos lá fora ou se é preciso fumigar" o espaço.

"É o que estamos a fazer agora. Depois disso vamos combater", afirmou o chefe de Estado moçambicano, ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa, que, na mesma conferência de imprensa, confirmou a suspensão do apoio prestado pelo grupo de doadores internacionais ao orçamento do Estado.

Os doadores, segundo Nyusi, olham para Moçambique como uma casa onde não se pode "meter crianças porque há mosquitos", manifestando a sua convicção de que vão voltar.

"Se estamos a desinfetar a casa, a tirar os mosquitos e vivermos uma vida normal, acredito que nenhum doador nenhum país amigo vai estar para incriminar Moçambique e sacrificar os moçambicanos".

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