Observadores internacionais questionam lisura das eleições dos EUA

por RTP
Stephen Lam, Reuters

Os cidadãos norte-americanos impedidos de votar são mais do que as pessoas que votam nas eleições portuguesas. A Organização para a Cooperação e Segurança Europeia (OSCE) publicou um relatório considerando preocupante a exclusão eleitoral em larga escala.

O relatório foi publicado na noite de quarta feira pelo departamento da OSCE para Instituições Democráticas e Direitos Humanos (OIDDH), com sede em Varsóvia, e sintetiza as conclusões dos observadores da organização sobre as eleições norte-americanas.

As mais recentes sondagens mostram que cerca de um terço das pessoas inquiridas nos EUA receiam uma manipulação das eleições. Donald Trump apoiou-se nessa desconfiança para pôr em causa a correcçãodas eleições. A sua organização de campanha tem atacado a imprensa, quase unânime a favor de Clinton, com o velho estigma antisemita e nazi da Lügenpresse (imprensa de mentiras). O próprio candidato declarou em público que iria reconhecer o resultado eleitoral se ele próprio vencesse.

Os autores do relatório da OSCE não dão crédito às críticas de Donald Trump, e afirmam, pelo contrário, segundo citação do diário alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung: "Os nossos observadores não puderam detectar até agora quaisquer indícios de que haja algum fundamento para estas acusações".

Os mesmo observadores apontam no entanto um outro défice - esse sim, capital - na organização das eleições: quase seis milhões de pessoas estão impedidas de votar. Segundo o observador alemão Michael Georg Link,  trata-se de pessoas detidas mas não condenadas (3,2 milhões), ou de pessoas condenadas mas tendo já expiado a respectiva pena (2,6 milhões).

Um outro observador alemão, Jürgen Klinke, referiu-se a um défice mais geral e declarou ao "Bild"-Zeitung que "é preciso recuperar o atraso na adequação aos padrões internacionais" de democraticidade.
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