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OMS dá a conhecer vacina totalmente eficaz contra o vírus Ébola

por Marcos Celso

Foto: reuters

O novo medicamento resultou de um ensaio clínico realizado na Guiné-Conacri que abrangeu 4 mil pessoas.

O médico Jorge Atouguia, especialista em doenças infeciosas e medicina tropical, ouvido pela Antena1, explica que a gravidade da doença justifica o encurtamento dos prazos para validar a vacina.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) espera em breve estar em condições de aplicar esta vacina à escala mundial, o que vai exigir um grande financiamento e planeamento por parte das autoridades de saúde.

É, na prática, a primeira vacina 100% eficaz contra o Ébola testada em África, após o teste em mais de 4.000 pessoas contagiadas na Guiné-Conacri, anunciou esta sexta-feira a Organização Mundial de Saúde.

"Uma vacina eficaz contra o vírus do Ébola encontra-se [agora] disponível a nível global", lê-se no comunicado divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que indica "um avanço muito promissor".

Os primeiros resultados publicados na revista científica do Reino Unido, The Lancet, revelam que a vacina VSV-ZEBOV demonstrou uma eficácia de 100% durante os dez dias seguidos em que foi aplicada numa pessoa não contagiada, mas a coabitar com pessoas infetadas, salienta o documento.

A vacina foi desenvolvida pela Agência de Saúde Pública canadiana (PHAC, na sigla inglesa) e a licença foi registada pelos laboratórios norte-americanos Merck e NewLink Genetics Corp.

O teste foi conseguido devido a uma grande cooperação internacional que envolveu a OMS e especialistas da Noruega, França, Suíça, Estados Unidos, Reino Unido e Guiné-Conacri.

"Se os resultados [continuarem] a confirmar-se esta nova vacina poderá ser a cura milagrosa contra o Ébola e contribuir para parar o surto atual e, futuramente, erradicar epidemias deste tipo", salientou, por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês, Borge Brende.

A epidemia do Ébola na África Ocidental, a mais grave após a identificação do vírus na África Central em 1976, começou em dezembro de 2013 no sul da Guiné-Conacri, tendo causado 11.279 mortos em 27.748 casos, segundo os dados da OMS.

Mais de 99% das vítimas concentram-se na Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria, onde o surto da doença desorganizou os sistemas de saúde, devastando as economias e fazendo fugir os investidores.

A vacina VSV-ZEBOV fazia parte de uma das duas vacinas mais avançadas contra o vírus do Ébola, tendo a outra sido desenvolvida pelo laboratório inglês GSK (GlaxoSmithKline) em parceria com o Instituto Americano de Alergias e Doenças Infeciosas (NIAID na sigla inglesa), e testada na Libéria.

(Com lusa)


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