PM britânico não deverá invocar artigo da saída na cimeira - fonte comunitária

por Lusa

O primeiro-ministro britânico não deverá invocar na próxima cimeira de líderes europeus o artigo sobre a saída de um Estado-membro da União Europeia (UE), por, nomeadamente, haver uma crise política, afirmou hoje, em Bruxelas, fonte comunitária.

Nas vésperas da reunião de chefes de Estado e do Governo dos ainda 28 e quando passam três dias sobre a vitória da opção saída num referendo realizado no Reino Unido, a mesma fonte afirmou que "neste momento não é esperado que o primeiro-ministro (David) Cameron espolete o artigo 50.º (do Tratado de Lisboa sobre a saída de um Estado-membro)" e que há "um entendimento global por isso não ser possível na terça-feira".

A mesma fonte recordou que os líderes das instituições europeias já afirmaram estarem prontos para "entrar rapidamente no processo" e que "esperam a notificação (sobre o artigo) o mais depressa possível, mas como toda a gente percebe atualmente há uma crise significativa no Reino Unido resultante do resultado do referendo".

"Não é apenas a crise na liderança do partido, mas é algo mais profundo. Por isso, as questões do quando e do como vão fazer parte da apresentação do primeiro-ministro Cameron na terça-feira e a mensagem dos outros líderes deve ser: estamos prontos a começar o processo mais depressa possível, o que é do interesse da UE e, sobretudo, do interesse do Reino Unido", afirmou o mesmo responsável comunitário.

A mesma fonte sublinhou ainda ser do interesse de todos que haja "certezas e previsibilidade nos próximos passos".

Para terça-feira está previsto um jantar de trabalho com o primeiro-ministro britânico, que já anunciou a sua saída do cargo em outubro, enquanto no dia seguinte decorrerá, pela primeira vez, uma reunião informal apenas com a participação de 27 países da UE, sem o Reino Unido, para se iniciarem as "discussões sobre o chamado processo de divórcio e sobre a UE a 27".

 

 

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