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PP volta a vencer eleições mas com resultado curto para assegurar governo

por RTP
O líder do Partido Popular, Mariano Rajoy, reclamou "o direito de governar" Marcelo del Pozo - Reuters

O Partido Popular foi a força política mais votada nas eleições espanholas, assegurando 137 deputados, com Mariano Rajoy a reivindicar o direito a formar governo e manter o lugar de primeiro-ministro.

Os conservadores do PP acabaram por reforçar em 14 deputados a posição face às eleições de dezembro, quando tiveram um resultado de 123 assentos, número já então curto face aos 176 necessários para suportar um executivo maioritário, o que originou a crise política em Espanha. "A partir de amanhã [esta segunda-feira] teremos de começar a falar com todos e assim o faremos", garantiu Mariano Rajoy.


Os socialistas do PSOE, que alternam no poder com o PP desde há mais de três décadas, asseguraram o segundo lugar, contrariando sondagens à boca das urnas que os remetiam para a terceira posição.

São 85 deputados que – não havendo acordo de governação à esquerda – mantêm para já o PSOE como principal força da oposição, uma descida de cinco lugares face aos 90 da eleição anterior. Estes números de dezembro já constituíam o pior resultado da história recente dos socialistas.

A coligação de esquerda Unidos Podemos, formada pelo Podemos e Esquerda Unida, herdeira do Partido Comunista, chegou aos 71 deputados. Uma repetição dos resultados de dezembro, quando o Podemos garantiu 69 e a Esquerda Unida dois.
Rajoy reclama direito de governar
O líder do Partido Popular, Mariano Rajoy, reclamou "o direito de governar" e prometeu estar "à altura das circunstâncias", afirmando que o objetivo principal é "ser útil a 100 por cento dos espanhóis".

"Ganhámos as eleições, reclamamos o direito de governar. Agora o que se trata é de ser 100 por cento útil a todos os espanhóis, os que votaram em nós e os que não votaram. Estamos à disposição de todos", declarou Mariano Rajoy, num discurso a partir de um palanque onde se lia em letras garrafais "Gracias" (obrigado).

O líder conservador foi recebido aos gritos de "Presidente, Presidente" (presidente do Governo) e começou o seu discurso com a expressão "Sim, é possível", mensagem repetida pelos milhares de apoiantes.

"Somos espanhóis, com muita honra e orgulho, e defendemos os interesses gerais dos espanhóis acima de qualquer outra consideração. E este partido merece respeito", disse, num discurso que foi frequentemente interrompido pela multidão, com cânticos como "E viva Espanha" ou "Campeões, campeões".

Espanha vive "uma situação difícil" e tem "à sua disposição um instrumento muito importante que nunca irá falhar, nem a Espanha nem aos espanhóis, votem em quem votarem, e que é o Partido Popular", afirmou Rajoy.
Sánchez responsabiliza Iglesias
O líder do Partido Socialista espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, admitiu não estar satisfeito com o resultado das eleições, mas responsabilizou o líder do Podemos, Pablo Iglesias, pela vitória do PP.

"Espero que Iglesias reflita sobre estes resultados. Teve a possibilidade de por fim ao Governo de [Mariano] Rajoy, mas a intransigência e o interesse pessoal acima do interesse público permitiu melhorar os resultados do PP", disse Pedro Sánchez à comunicação social, na sede do PSOE em Madrid.
Pablo Iglesias admite insatisfação

O candidato da coligação Unidos Podemos admitiu que os resultados eleitorais não são satisfatórios e não cumprem as expetativas criadas.

Sob os aplausos dos membros da comissão executiva da coligação, Iglesias pediu uma reflexão sobre o aumento do voto no conservador PP.

O líder da Unidos Podemos reconheceu estar preocupado com o aumento do voto no PP e afirmou que as forças progressistas devem começar a dialogar a partir dos espaços que as unem.

c/ Lusa
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