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Presidenciais austríacas fecham porta à extrema-direita

por RTP
Herwig Prammer - Reuters

À segunda volta das eleições presidenciais austríacas, o candidato do partido de extrema-direita FPÖ (Partido da Liberdade) Norbert Hofer foi derrotado por Alexander Van der Bellen, antigo líder da Alternativa Verde. O vencedor, que concorreu às eleições como independente, tinha-se já comprometido a ser um “Presidente de mente aberta, liberal e, acima de tudo, pró-europeu”.

Nas primeiras declarações à imprensa após a vitória, Van der Bellen enfatizou o facto de estas eleições terem acontecido “depois de o mundo à nossa volta ter mudado”, nomeadamente após a saída do Reino Unido da União Europeia em junho e a vitória de Donald Trump na corrida à Casa Branca em novembro.
As áreas urbanas tiveram um impacto determinante nos resultados, com 23 dos distritos da capital austríaca a tomar o partido de Van der Bellen.
Norbert Hofer cumprimentou o adversário pouco tempo depois dos resultados finais, felicitando nas redes sociais o seu sucesso e pedindo aos austríacos que “trabalhem juntos”.

O membro do FPÖ já confirmou que vai voltar a candidatar-se à Presidência daqui a seis anos.

Em julho o tribunal constitucional da Áustria anulou a primeira ronda das eleições presidenciais após terem sido detetadas irregularidades na contagem dos votos. Os resultados iniciais apontavam para uma vantagem de 30.863 votos para Van der Bellen.

Na segunda ronda, os resultados decisivos atribuíram a vitória ao candidato ecologista liberal de 72 anos com 53,6 por cento dos votos. Em Viena, 65 por cento da população votou a seu favor e apenas 35 por cento a favor de Hofer.
Impacto do Brexit
Vários políticos acreditam que a saída do Reino Unido da União Europeia teve um papel decisivo na popularidade crescente de Van der Bellen desde a primeira ronda das eleições.

O Presidente eleito dirigiu a segunda campanha num tom pró-europeu, afirmando que votar nele significaria dizer “não ao Öxit”. De acordo com uma sondagem da fundação austríaca ORF, 65 por cento das pessoas que votaram em Van der Bellen tomaram essa decisão devido às atitudes pró-europeias do então candidato à Presidência.

Hofer, pelo contrário, defendeu durante a campanha eleitoral um eventual referendo para a saída da Áustria da União Europeia. A afirmação não foi bem aceite pelos austríacos, que na sua maioria apoiam a adesão à UE.
“Um alívio para a Europa”
Sigmar Gabriel, líder do Partido Social-Democrata da Alemanha, descreveu o resultado das eleições como “uma vitória da razão sobre o populismo de extrema-direita” e “um enorme alívio para a Europa”.

A opinião é partilhada por Jean Asselborn, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Luxemburgo, tendo afirmado que “depois da vitória de Trump e do Brexit, os austríacos mostraram que a razão, tolerância e humanidade não são conceitos estranhos para as eleições na União Europeia”.

Frisou ainda que o resultado “foi bom para a reputação da Áustria e para os valores da UE”.
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