O Congresso da Guatemala aceitou hoje a resignação do Presidente do país, Otto Perez Molina, dois dias depois de lhe ter retirado a imunidade, por estar acusado de liderar uma rede de corrupção aduaneira, "La Linea".
Os 116 congressistas presentes aceitaram, por unanimidade, a carta de renúncia ao cargo do chefe de Estado, tendo sido convocado o vice-presidente, Alejandro Maldonado, para assumir o cargo.
Na terça-feira, o congresso da Guatemala tinha já decidido retirar a imunidade a Otto Pérez Molina.
Em agosto, o Ministério Público e a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala afirmaram ter provas suficientes que envolvem o Presidente numa rede de corrupção.
A semana passada o Procurador-geral da Guatemala recomendou ao chefe de Estado para se demitir devido às acusações com o objetivo de preservar a estabilidade do país, que tem sido palco de grandes protestos antigovernamentais.
O escândalo rebentou em abril, quando a Comissão Internacional Contra a impunidade na Guatemala, entidade da ONU com a função de sanear o sistema judiciário, infiltrado pelo crime organizado, acusou um dos principais assessores da vice-Presidente, Roxana Baldetti, de envolvimento numa rede de contrabando e fraude aos impostos.
Baldetti deixou o cargo em 08 de maio.
O escândalo de corrupção tem desencadeado grandes protestos na Guatemala que, a 06 de setembro, escolhe o sucessor de Otto Pérez, um conservador general na reserva, no poder desde 2012, a quem é vedada a possibilidade de recandidatura.