Procurador brasileiro teme que violência nas prisões passe para as ruas

por Lusa

O promotor de Justiça de São Paulo Lincoln Gakiya teme que a violência nas prisões brasileiras que opõem os dois principais grupos criminosos do país se estenda às ruas.

Nas últimas semanas, vários motins e confrontos entre o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, causando 22 mortos.

"Eu acredito que esta guerra pode sair das prisões para as ruas. É um barril de pólvora prestes a explodir. Já foram registados problemas entre membros dos dois grupos que não estão presos no Acre", disse à Lusa o procurador, que investiga o crime organizado há dez anos.

Na última semana aconteceram pelo menos três rebeliões em penitenciárias de Rondônia, Roraima e Acre, estados do norte do Brasil que fazem fronteira com outros países da América do Sul.

Os confrontos não foram causados por tentativas de fuga nem pela falta de condições das cadeias, mas pela busca de hegemonia no lucrativo mercado do tráfico de drogas na região Norte, que ainda não é controlado por estas organizações.

Lincoln Gakiya destacou que o PCC tem hoje cerca de sete mil membros no estado São Paulo e outros 13 mil espalhados pelo país. Já o CV possui, no total, aproximadamente 11 mil elementos.

"O PCC movimentou 20 milhões de reais (5,8 milhões de euros) por mês em 2015, o que equivale a 240 milhões de reais (69 milhões de euros) por ano só com o tráfico de drogas", explicou.

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