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Quinze pessoas condenadas à morte na Arábia Saudita por espionagem

por Jorge Almeida - RTP

Um tribunal de Riade condenou 15 pessoas à morte por espionagem a favor do Irão. O anúncio está a embaraçar Theresa May, que se encontra de visita ao Golfo Pérsico.

O julgamento teve lugar em Fevereiro último e as quinze sentenças de morte deverão ser ratificadas pelo rei Salman bin Abdul Aziz Al-Saud. Os suspeitos – 30 muçulmanos sauditas, um iraniano e um afegão – foram detidos em 2013 e acusados de espionagem.

Segundo meios sauditas, os detidos são ex-funcionários dos Ministérios da Defesa e do Interior e foram acusados de montar um esquema de espionagem para o Irão com informações militares e de segurança.

Entre os detidos em 2013 estão também um professor universitário, um pediatra, um banqueiro e dois clérigos, residentes em al-Asha, uma região mista xiita e sunita, onde vivem cerca de metade dos membros da comunidade xiita do reino, que está em minoria.

Protestos em Teerão contra a execuação do clérigo al-Nimr, na Arábia Saudita em Janeiro. Foto: Reuters

Este caso acontece num momento de tensão entre a Arábia Saudita e o Irão. Em Janeiro, o regime saudita executou o clérigo xiita Nimr Baquir al-Nimr, que foi condenado pelo envolvimento na morte de polícias do reino.

A execução provocou fortes protestos no Irão, tendo os manifestantes invadido a embaixada saudita em Teerão, o que levou Riade a cortar as relações diplomáticas entre os dois países.

A Arábia Saudita é atualmente a potência sunita regional, enquanto o Irão é uma teocracia xiita.
Pena de Morte embaraça Theresa May
O anúncio da condenação à morte dos quinze alegados espiões coincide com a visita de dois dias da primeira-ministra britânica ao Bahrein.

Thersa May vai encontrar-se com os seis membros do Conselho de Cooperação do Golfo e manter conversações com o Rei Salman Al-Saud da Arábia Saudita, esta terça-feira.

Theresa May com o Rei da Arábia Saudita, Salman Al-Saud. Foto: Reuters

Várias organizações de direitos humanos têm criticado Theresa May, por ignorar as violações de direitos humanos no Golfo para conseguir acordos comerciais na região, após o Brexit.

Uma visita à região de Boris Johnson, o Secretário de Estado britânico para os assuntos externos, também está agendada para breve.
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