Sismo em Itália provocou 268 mortos e cerca de 400 feridos

por Cristina Sambado - RTP
O Governo italiano anunciou a abertura de uma investigação para apurar o motivo pelo qual edifícios alvo de obras recentes contra sismos ficaram danificados Ciro Luca - Reuters

O sismo de magnitude 6.2 que na madrugada de quarta-feira abalou o centro de Itália provocou 268 mortos e 387 feridos, segundo um novo balanço da Proteção Civil. O balanço é ainda provisório. Teme-se que haja mais vítimas sob os escombros das localidades atingidas.

O último balanço oficial, facultado na quinta-feira, apontava para 250 vítimas mortais. Entre os 268 mortos agora confirmados, oito são estrangeiros: três de nacionalidade britânica, dois da Roménia, uma espanhola, um canadiano e um salvadorenho. Não há notícia de portugueses entre as vítimas.

Bruno Correia, um português que estava de férias em Amatrice no dia em que se deu o sismo, conta que a cidade ficou parcialmente destruída na sequência dos abalos.

Na localidade de Amatrice, registaram-se 207 vítimas mortais. Em Arquata e Pescara del Tronto, morreram 49 pessoas e em Accumoli foram 11 a perder a vida.

Quarenta e oito horas depois do sismo, a Cruz Vermelha italiana continua a tentar encontrar sobreviventes, mas, como constatou em Itália o jornalista da Antena 1 Pedro Ferreira, as dificuldades vão crescendo.

Foram retiradas com vida dos escombros 215 pessoas. As equipas de salvamento trabalharam durante toda a noite, tanto em Amatrice como em Pescara del Tronto, as localidades onde se estima que existam ainda desaparecidos.
Milhares de desalojados

Há também milhares de desalojados. A presidente da Proteção Civil italiana, Immacolata Postiglione, afirmou que 2.100 pessoas dormiram nos acampamentos instaladas em vários pontos das zonas afetadas, contra as 1.200 da noite anterior, já que muitos decidiram pernoitar em tendas e nos ginásios, preterindo os automóveis ou mesmo o relento.

A Proteção Civil instalou diversos acampamentos e colocou à disposição das pessoas que ficaram sem casa ginásios e outros centros com um total de 3.500 camas.

Na quinta-feira o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, declarou o estado de emergência no centro do país e anunciou a aprovação de um pacote de ajudas no valor de 50 milhões de euros.

Centenas de réplicas
O sismo, que ocorreu às 3h36 (2h36 em Lisboa) de quarta-feira, teve epicentro a dez quilómetros de profundidade, a sudeste de Norcia, cidade da província de Perugia (Umbria). Foi um dos mais mortíferos nos últimos anos em Itália. Seguiram-se-lhe centenas de réplicas.

Desde quarta-feira já se registaram mais de 900 réplicas. Destas, 57 foram sentidas desde o início de sexta-feira.

Na quinta-feira uma réplica de 4.3 na escala de Richter provocou o colapso de vários edifícios já danificados em Amatrice.
Governo abre inquérito

O Governo italiano anunciou a abertura de uma investigação para apurar o motivo pelo qual edifícios alvo de obras recentes contra sismos ficaram danificados.

Um desses edifícios é a escola de Amatrice, que foi reestruturada em 2012 para respeitar as normas sísmicas. Uma torre de Accumoli tinha também sido sujeita a obras antiterramoto e ficou destruída.

As obras aconteceram depois do sismo em Aquila, em 2009, que matou mais de 300 pessoas.
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