Sismo em Itália provocou quase 250 mortos

por Cristina Sambado - RTP
Um bombeiro atravessa uma pilha de escombros em Arquata, no centro de Itália Angelo Carconi - EPA

O sismo de magnitude 6.2 na escala de Ritcher que na madrugada de quarta-feira devastou várias localidades do centro de Itália fez 241 mortos, mais de 400 feridos e um número indeterminado de desaparecidos. Os dados foram atualizados pela Proteção Civil italiana.

As equipas de resgate trabalharam durante toda a noite em busca de sobreviventes. Em Pescara del Tronto uma rapariga foi retirada com vida dos escombros, mais de 17 horas depois do abalo.

Em Amatrice uma bebé de apenas oito meses foi retirada com vida. A criança conseguiu sobreviver entre os escombros durante 17 horas. Foi transportada para o hospital, onde permanece sob observação.

O ministro italiano da Saúde admite que há várias crianças entre as vítimas.

O dispositivo de resgate, com centenas de pessoas envolvidas e o apoio de equipas cinotécnicas, trabalharam durante toda a noite em busca de sobreviventes sob os escombros nas localidades mais afetadas: Arquata del Tronto, Pescara del Tronto, Amatrice e Accumoli.

Em Amatrice, uma das localidades mais afetadas pelo sismo, um hotel com 70 hóspedes desabou e as equipas de socorro só conseguiram recuperar sete corpos. A Proteção Civil fala em pelo menos 350 desalojados.

O município tem aproximadamente dois mil habitantes, mas durante os meses de verão a população duplica por causa dos turistas.

Os sobreviventes passaram as últimas horas em tendas e abrigos temporários. Há localidades completamente destruídas. Só por via aérea é possível lá chegar. Muitos acessos aos locais estão bloqueados.

Há ainda a registar milhares de desalojados. Cerca de 2.500 pessoas perderam as casas, a maioria nas localidades de Pescara e Arquata del Tronto.
Número não pára de aumentar
O anterior balanço, facultado na noite de quarta-feira, apontava para 159 vítimas mortais.

O tremor de terra provocou 190 mortos na região do Lácio e 57 em Marcas, figurando como um dos mais mortíferos dos últimos anos em Itália, segundo detalhou a Proteção Civil, citada pelos media italianos.

Um sismo de magnitude 6.2 na escala de Richter devastou na madrugada de quarta-feira diferentes localidades do centro de Itália, causando mais de duas centenas de mortos. As fotos são dos enviados especiais da RTP, Marco Hélio e Pedro Pena.


Desde o terramoto, que teve epicentro a dez quilómetros de profundidade a sudeste de Norcia, cidade da província de Perugia (Umbria), a terra voltou a tremer mais de uma centena de vezes.

As réplicas foram sentidas em Roma, a 170 quilómetros de distância do epicentro. A mais recente, de magnitude 4.7, foi sentida esta madrugada a sete quilómetros a leste de Norcia.

Os poucos segundos que durou o sismo foram suficientes para fazer praticamente desaparecer várias localidades das províncias de Rieti e de Ascolo Piceno, situadas na cordilheira dos Apeninos, a poucos quilómetros de Aquila, capital da região montanhosa dos Abruzos, onde em 2009 um terramoto provocou mais de 300 mortos.

Em Aquila, sete anos depois, ainda são visíveis os estragos provocados pelo abalo, como constatou o enviado especial da RTP Marco Hélio.

Este sismo, com uma magnitude de 6.7, teve epicentro na cidade de Aquila, deixou mais de mil feridos e pelo menos 60 mil pessoas ficaram desalojadas.
Zona sísmica de grande atividade
O sismólogo João Duarte Fonseca explicou na RTP por que razão Itália tem sido fustigada por vários terramotos em anos recentes.

O especialista refere que o país transalpino está "numa zona de convergência de placas tectónicas" onde a atividade é significativa, ainda assim inferior à registada no Japão, no Peru ou no Estado norte-americano da Califórnia, por exemplo.
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