Supremo Tribunal manda libertar ativistas angolanos

por RTP
José Sena Goulão - Lusa

O Supremo Tribunal de Angola deu provimento ao habeas corpus apresentado pela defesa dos 17 ativistas angolanos, condenados e a cumprirem pena desde 28 março por rebelião, e ordenou a sua libertação.

O grupo de 17 activistas, onde se inclui o músico Luaty Beirão deve ser libertado nas próximas horas. Ficam com termo de identidade e residência a aguardar a decisão do recurso interposto pela defesa a contestar a decisão de condenação, de final de março.

A informação foi confirmada à RDP África pelo advogado. O advogado esclarece que houve uma notificação verbal desta decisão e que aguarda agora os mandados de soltura. Michel Franscisco admite que os ativistas podem ser libertados ainda durante esta quarta-feira.


RDP África

A Câmara Criminal do Tribunal Supremo de Angola confirmou entretanto em comunicado que a libertação. "Em sessão ordinária do dia 28 de junho de 2016, a 1.ª Secção da Câmara Criminal deu provimento à providência de habeas corpus", lê-se no documento.

Foram entretanto emitidos mandados de soltura, “em fase de execução no presente dia”, diz o tribunal.

A defesa pedia que os ativistas aguardassem em liberdade a decisão dos recursos à condenação por rebelião e associação de malfeitores.

O habeas corpus tinha sido interposto em abril pela defesa dos 17 ativistas angolanos. O pedido visava a libertação dos detidos, em que se encontra o lusoangolano Luaty Beirão, até à decisão sobre os recursos à condenação.

No passado dia 19, 12 dos 17 ativistas pediram autorização, em carta dirigida ao diretor dos serviços prisionais, para ir ao Tribunal Supremo em Luanda perguntar pela libertação, no dia 5 de julho. Em causa estava a demora de quase três meses para este tribunal chegar a uma decisão.

A maioria dos jovens foi detida a 20 de junho de 2015, numa operação em Luanda. Os 17 ativistas foram condenados a penas de prisão efetiva entre 2 anos e 3 meses e 8 anos e 6 meses por atos preparatórios para uma rebelião e associação de malfeitores. Começaram de imediato a cumprir pena.

Reportagem de 28 de março de 2015


O jornal angolano O País tinha avançado na manhã desta quarta-feira que os ativistas iriam para casa já esta quarta-feira com termo de identidade e residência. A notícia estava baseada numa decisão do Tribunal Constitucional.

O caso tem sido acompanhado de perto pela comunidade internacional, com várias organizações a condenarem a ação de Angola. No Parlamento português, foram rejeitados em março votos de condenação à situação dos ativistas detidos.

c/ Lusa
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