Terrorismo é "causa significativa" dos fluxos de refugiados - Relatório

por Lusa

Lisboa, 17 nov (Lusa) -- O terrorismo é uma causa significativa dos fluxos migratórios, com os países que mais refugiados e deslocados internos geram a serem também os que mais mortes por terrorismo registam, segundo um relatório internacional divulgado hoje.

O Global Terrorism Index (Índice do Terrorismo Global - ITG) 2015, realizado pelo Instituto para a Economia e Paz (IEP), de Sydney, concluiu por outro lado que a esmagadora maioria dos países que mais refugiados acolhem não estão entre os que registam mais atos de terrorismo.

"Dez dos 11 países com mais de 500 mortes por terrorismo em 2014 tinham os níveis mais altos de refugiados e deslocados internos do mundo", lê-se no documento.

No início de 2015, segundo o documento, havia quase 60 milhões de pessoas deslocadas que fugiram da violência, o número mais alto desde a II Guerra Mundial.

Entre esses, 12 milhões eram sírios, cerca de metade da população do país antes da guerra desencadeada em 2011, a maioria dos quais acolhidos nos países vizinhos: Líbano, Turquia, Egito e Jordânia.

Por outro lado, a maioria dos 1,9 milhões de pedidos de asilo apresentados à União Europeia (UE) nos primeiros sete meses de 2015 eram provenientes de países com conflitos armados: Iraque, Síria, Afeganistão e Paquistão.

O número de pedidos à Europa, precisa, é quatro vezes superior ao registado em 2014, mas corresponde a apenas 3% do total de refugiados e deslocados internos no mundo.

Numa altura em que o fluxo migratório sem precedentes suscita na Europa o receio de um aumento da vulnerabilidade a atos de terrorismo, o relatório conclui que embora haja análises qualitativas que apontam para que a pobreza e insegurança dos campos de refugiados atuem como potenciais causas de terrorismo, dez dos 11 países que mais refugiados acolhem não figuram entre os que mais atos terroristas registam.

"A Turquia, o Líbano e o Irão sofrem todos o impacto de conflitos regionais e, no entanto, tiveram menos mortes relacionadas com o terrorismo que outros países que não acolhem grandes números de refugiados", lê-se no documento.

"A Alemanha, o segundo país europeu que mais refugiados acolhe, não regista qualquer morte por terrorismo desde 2007", acrescenta.

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