Três quartos de teses nas principais universidades moçambicanas contêm plágios - estudo

por Lusa

Um estudo do Instituto de Estudos Sociais e Económicos de Moçambique (IESE) revela que "plágio significativo" em 75% de 150 teses de mestrado e licenciatura que analisou nas cinco principais universidades moçambicanas.

"As universidades moçambicanas sofrem destes problemas [de plágio]? Para tentar dar uma resposta, um exame de 150 teses de licenciatura e de mestrado de cinco das maiores universidades do pais revelou que 75% continham plágio significativo", diz o estudo, intitulado "Plágio em 5 Universidades Moçambicanas: Amplitude, Técnicas de Deteção e Medidas de Controlo", realizado pelo investigador norte-americano Peter Coughlin.

Embora a conceção da amostra não permita o cálculo de intervalos de confiança, os níveis uniformemente elevados de plágio significativo nas cinco universidades permitem confirmar que estas instituições têm um grande e generalizado problema de fraude académica, pelo menos, em muitos departamentos de artes e ciências sociais, diz Coughlin.

A avaliação refere que futuros estudos deverão analisar a extensão e os tipos de plágio noutras universidades e noutras áreas académicas e procurar entender por que razão acontece a fraude na elaboração de trabalhos académicos dos estudantes.

Para travar o plágio, a pesquisa defende, com base em relatórios internacionais, a implementação de medidas mais eficazes que incluem cursos de redação, técnicas inovadoras de avaliação de cursos, "software" de reconhecimento de semelhanças entre textos e sistemas modificados de honra com significativa liderança estudantil.

"Os programas de reconhecimento de semelhanças entre textos não são ainda suficientemente robustos, dado que, para detetar plágio, os programas de busca precisam de acesso às fontes potenciais e todas as teses devem estar disponíveis na Internet", considera a análise.

O documento aponta ainda a aplicação de medidas corretivas e disciplinares apropriadas, como ações a ter em conta no combate à fraude académica.

A análise diz que, apesar das suas implicações pedagógicas, éticas e socioeconómicas a longo prazo, o plágio é comum entre os estudantes universitários de todo o mundo.

"Com múltiplas pressões e um ambiente onde a fraude é comum e a deteção e punição pouco frequentes, muitos estudantes consideram o plágio ou, de um modo mais geral, a fraude, normal e de significado ético insignificante", diz o estudo.

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