Trump tira Cruz do caminho para a nomeação presidencial republicana

por Ana Sanlez - RTP
Lucas Jackson - Reuters

Donald Trump garantiu esta terça-feira uma vitória decisiva nas primárias do Estado do Indiana. O empresário tem a nomeação republicana praticamente assegurada, depois da desistência do principal adversário, Ted Cruz. Do lado dos democratas, Bernie Sanders levou a melhor sobre Hillary Clinton.

Ainda não é oficial, mas quase. Donald Trump pode começar a preparar os foguetes e o discurso de vitória.

Depois da votação desta terça-feira, é praticamente impossível travar a nomeação do multimilionário como candidato do Partido Republicano à Casa Branca. No Estado de Indiana, Trump garantiu 53,3 por cento dos votos, contra 36,6 por cento de Ted Cruz. O golpe foi fatal para o senador do Texas, que desistiu da corrida.

“Isto é algo lindo de se ver. Vamos tornar a América grandiosa novamente”, declarou o multimilionário após a votação no Indiana.
Trump ainda não assegurou os 1.237 delegados necessários para garantir a nomeação, algo que só deverá acontecer em junho, mas conta a partir de agora com o caminho livre de rivais. O único concorrente que resta na corrida é John Kasich, que até ao momento conquistou apenas a vitória no Estado de Ohio, onde é governador. Trump segue com 1.047 delegados, face aos 153 de Kasich.

Todos os trunfos que Cruz tirou da manga nos últimos dias revelaram-se infrutíferos, como a indicação da empresária Carly Fiorina para vice ou o pacto com John Kasich, que deixou o governador do Ohio fora da votação do Indiana, face ao suposto favoritismo de Cruz.

Trump tinha avisado Cruz antes do escrutínio, através do Twitter: “Ted Cruz afirmou categoricamente que vai ganhar o Indiana. Se não ganhar deve abandonar a corrida e deixar de desperdiçar tempo e dinheiro”.
Ao final da noite, Cruz seguiu o conselho e deitou a toalha ao chão, depois de gastar um milhão de euros a mais que Trump na campanha pelo Indiana.
 
“Deixámos tudo em campo no Indiana. Demos tudo o que tínhamos mas os eleitores optaram por outro caminho. É com o coração pesado, mas com um ilimitado otimismo no futuro do nosso país a longo prazo, que suspendemos a nossa campanha”, declarou o ex-candidato.

Trump enalteceu a atitude do rival, num esforço para unir o partido contra o objetivo comum de derrotar a provável nomeada dos Democratas, Hillary Clinton: “Ele é um concorrente duro, é um rapaz esperto”, descreveu.

Todas as baterias da candidatura do multimilionário estão agora voltadas para derrubar a ex-secretária de Estado dos EUA. Trump insistiu que Hillary Clinton dará uma “má presidente” e que “não compreende o conceito de comércio”.

Do lado do Partido Democrático a "revolução política" de Bernie Sanders contrariou as sondagens, ao garantir uma vitória significativa sobre Hillary Clinton no Indiana, com 52,5 por cento dos votos, contra 47,5 por cento da ex-senadora. Apesar da injeção de moral que o resultado representa para a campanha do senador de Vermont e que, segundo Sanders prova que “a campanha ainda não acabou”, a contagem de delegados continua muito favorável a Clinton.
No Indiana, Sanders garantiu 43 delegados, enquanto Hillary conquistou 37. No balanço final Clinton segue destacada com cerca de 1.700, enquanto Sanders conta pouco mais de 1430. Na corrida dos democratas há ainda a assinalar a contagem de superdelegados, cujo voto é livre, e é aqui que Clinton assegura uma larga vantagem, com mais de 500 superdelegados, conta os 41 de Sanders.

Para garantir a nomeação, o candidato dos democratas tem de garantir 2.383 delegados, algo que Hillary deverá conseguir a sete de junho, na última super terça-feira das primárias que irá levar seis Estados a votos, pela disputa de mais de 800 delegados.

Os republicanos decidem no mesmo dia a distribuição de 303 delegados em cinco Estados – Dakota do Sul, Montana, Nova Jérsia, Novo México e Califórnia. A distribuição não será proporcional, já que o primeiro classificado recolherá todos os delegados.
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