A Lista Conjunta, representada no parlamento israelita (Knesset) por doze deputados, recusou comentar a morte de Shimon Peres. O silêncio traduz uma atitude crítica sobre o balanço final do político agora falecido.
árabes.
O presidente Joint da LC, Ayman Odeh, justificou contudo o silêncio dos colegas de bancada, afirmando, segundo citação do diário Jerusalem Post: “A memória de Peres para o povo árabe é diferente da narrativa corrente dos últimos anos, e compreendo que seja difícil ouvir mensagens complexas no momento em que alguém acaba de morrer".
Odeh considera que há dois pontos positivos no balanço global de Peres: um, o de ter defendido uma solução de paz, procurando interlocutores palestinianos; outro, o de ter recolhido cerca de 90 por cento dos votos do eleitorado palestiniano-israelita nas eleições directas para primeiro-ministro em 1996.
Mas logo acrescenta que continuam a merecer uma crítica veemente da LC as posições de Peres sobre a segurança, a ocupação e a construção de colonatos, bem como sobre a introdução de armas nucleares no Médio Oriente, pela qual é em larga e decisiva medida responsável. Odeh sublinha ainda que, enquanto chefe de Estado, Peres escolheu apoiar Netanyahu e a sua política.
O líder da LC explica também: "Não participo na celebração da sua [de Peres] história desde 1948 e desde o reactor nuclear ... Não posso participar nela especialmente por ele, quando era presidente, nunca ter criticado o primeiro-ministro [Netanyahu]. Os anos 1990 foram anos muito importantes na história de Peres e posso dizer coisas positivas, mas não participo na celebração sobre ele ... Peres não continuou por esse caminho nos anos recentes. Ficou calado e não procurou uma paz autêntica".
O veredicto final é fortemente crítico: "Todas estas coisas, desde 1948, trouxeram o desastre à minha nação. Por isso, tenho uma mensagem complexa". Numa coisa, Odeh foi meridianamente claro: não irá ao funeral de Peres.