É mais uma noite de “estrelas cadentes”. Um fenómeno astronómico visível anualmente a partir de meados de Julho, ocorrendo a maior projeção no dia 13 de Agosto entre as 7h30 e as 10h00 (hora legal).
A chuva de meteoros (Perseidas 2015) acontece entre os dias 17 de julho e 24 de agosto, mas é entre os dias 12 e 13 do mês de agosto que se regista a maior presença nos céus desta “chuva”.
A radiante da chuva de meteoros Perseidas (local de onde os meteoros parecem surgir) localiza-se na constelação de Perseus.
Aconselhamos a ir para o campo, fora das luzes das cidades, com um horizonte desimpedido.
A constelação vê-se no hemisfério norte, o que significa que Portugal está bem localizado geograficamente para apreciar este fenómeno.
Infelizmente não vai ser possível observar o momento mais intenso em que estes meteoros vão cruzar a nossa atmosfera, isto porque esse momento ocorre entre as 7h30 e as 10h00 de quinta-feira, 13.
Mas quem não gosta de perder bons momentos como este tem ainda uma boa janela de observação, favorável, durante a noite de 12 para 13 de Agosto de 2015, a partir das 23 horas, quando a constelação de Perseu aparece acima do horizonte a Nordeste e durante a madrugada nas horas mais escuras de quinta-feira, 13 de Agosto.
A Lua também vai ajudar, pois estará na fase de Lua Nova a 14 de agosto às 15h53m.
Resta saber se as nuvens concordam e desaparecem na hora do “espectáculo”.
A figura seguinte mostra a posição da radiante ao longo dos dias, na constelação de Perseu, perto da forma facilmente identificável da constelação de Cassiopeia, o conhecido “W”.
Radiante da chuva de meteoros das Perseidas entre julho a agosto, que se encontra na constelação de Perseu. (OAL-DR)
Como a maioria das chuvas de meteoros, a Perseidas dá o "ar da sua graça" todos os anos, sempre na mesma época, quando a Terra atravessa uma esteira de detritos, que neste caso, foi deixada pelo cometa Swift-Tuttle 1862 III.
Representação artistica da passagem do planeta Terra pelos detritos deixados pelo cometa Swift-Tuttle 1862 III (Foto: Observatório Astronómico de Lisboa - Direitos Reservados)
Este cometa percorre uma órbita elíptica com um período de 133 anos, deixando detritos ao longo da sua órbita.
Todos os anos por esta altura, a Terra cruza a órbita do cometa, atravessando zonas onde permanecem esses detritos.
A última passagem do cometa junto à órbita da Terra ocorreu em 1992, encontrando-se hoje já bastante longe, para além da órbita de Neptuno.
Como observar a chuva de meteoros Perseidas?Se puder, vá para o campo, fora das luzes das cidades, com um horizonte desimpedido.
Se o céu se apresentar límpido teremos uma maravilhosa visão do céu.
Ver-se-á Saturno (mesmo na constelação de Balança) e as maravilhosas constelações de Verão já aparecerão em todo seu esplendor: Lira, Cisne, Águia, Escorpião, entre outras.
Na Idade Média, a chuva de meteoros Perseidas era muito famosa, e tinha o nome de "Lágrimas de Saint Lawrence".
Mas se não conseguir assistir devido às nuvens, o site da ESA, Projecto Slooh (entre as 1h00 e as 5h00 PT) bem como a NASA através de Live Streaming (entre as 3h00 e as 7h00 PT) disponibiliza uma transmissão ao vivo e em direto deste fantástico fenómeno.
Deite-se ou sente-se numa posição confortável, e reserve um tempo para contemplar o céu, ou o ecrã e poderá ver alguns meteoros a “riscar” o firmamento e quem sabe pedir alguns desejos.Curiosidades sobre a chuva de meteoros PerseidasUm facto curioso sobre a chuva de meteoros Perseidas é que ela é conhecida por produzir meteoros bola de fogo do tipo EarthGrazer, que são meteoros que surgem no horizonte e parecem subir em direção ao ponto mais alto do céu (zénite).
Na Idade Média, a chuva de meteoros Perseidas era muito famosa, e tinha o nome de "Lágrimas de Saint Lawrence".
Nome dado porque ocorre no aniversário de morte de Laurentius, um diácono Cristão que foi martirizado pela Imperador romano Valerian, no ano de 258 d.C.
Apesar de essa chuva de meteoros ser bem conhecida e observada na era medieval, os registos mais antigos da chuva de Perseidas foram encontrados na China, e foram escritos no ano de 36 d.C.
Ou seja, já se observa e regista esta chuva de meteoros há mais de 2.000 anos.
