A ponte que divide

A Guerra entre a TAP e o Porto teve esta semana mais alguns capítulos, com a ponte aérea a começar a funcionar e a deixar mais alguns argumentos aos que a contestam.

Não sei quantos foram ao certo, mas foram muitos os passageiros que deixaram de ter uma ligação direta do Porto para longínquas cidades europeias como Milão e Bruxelas, sem passarem por Lisboa, com atrasos de muitas horas, depois de voarem na ponte, que afinal teve atrasos, anulações e até um avião que se preparava para aterrar em Lisboa, mas teve que regressar ao Porto, para abastecer.

A polémica está a ter um fortíssimo efeito na imagem da TAP, que os trabalhadores entendem, quando ouvem muito mais que o devido aos balcões e os administradores saberão, quando fizerem as contas aos passageiros que vão perder para as companhias que agarraram o norte e alargaram a oferta no Porto.

Basta ir ao aeroporto Sá Carneiro pela manhã para se perceber quantos são os que já voam noutras bandeiras. Da Madeira e do Algarve chegam avisos idênticos, com os autarcas a procurarem outras alternativas para garantir um acesso simples a mais destinos.

Eu sei que isto pode ser reduzido a uma guerra Porto/Lisboa, ou até ao um capricho de Rui Moreira, mas o problema é que a TAP tem agora uma participação maioritária do Estado e seremos todos chamados a pagar os prejuízos, se as coisas correrem como se adivinha.

O que me intriga é a dificuldade que ainda temos em parar para pensar e depois decidir bem. Este caso da TAP começa mesmo a ter poucos argumentos para se defender uma centralização que poderá significar mesmo o fim da companhia.

O país, de Bragança a Faro, cá estará para pagar a conta.

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