Hoje é o dia em que os britânicos vão decidir se querem continuar nesta Europa, ou abrir um novo caminho que vai abalar toda a arquitetura da união.

As sondagens não permitem tirar conclusões, mas o debate sobre a necessidade de uma reforma profunda na União Europeia terá de ser aberto já amanhã. E não poderá ser coisa longa, sem empenhos, como aconteceu na crise financeira, ou na ainda gritante tragédia dos refugiados. A Alemanha assiste a um desaparecimento de Merkel e ninguém sabe o que vai nascer a seguir. Temos sinais preocupantes na tradicional França, com os movimentos mais xenófobos a continuarem a construir muros neste sonho de uma grande Europa livre.

Por cá tentamos mediar os efeitos económicos, sempre as contas, sem perceber que é muito mais que isso que está em causa e que nos deveria mobilizar a todos, povos europeus, na busca de uma união mais justa, solidária e democrática. 


Se o que está a acontecer agora no Reino Unido não for mesmo este grande sinal de alerta para uma mudança profunda de rumo, não sei que Europa estaremos a discutir daqui a meia dúzia de meses e que novas divisões teremos, a começar pela Espanha, também mergulhada num profundo mar de incertezas. O deixar correr o tempo à espera que ele resolva todas as crises é o pior dos caminhos, mas aquele para onde insistem em nos levar.

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