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Imposto sucessório

A vida de um treinador num clube termina no dia em que esvazia o cacifo, mas há heranças bem mais perenes e que têm de ser geridas pelo sucessor.

Rui Vitória chegou ao Benfica numa altura de trauma, sentou a equipa no divã e avançou com um discurso forte, rapidamente afogado em resultados fracos.

Resistiu ao pleno de derrotas nos clássicos, às comparações com Jesus e às críticas. Agarrou-se a um percurso europeu exemplar e à promessa de um futuro melhor, que apareceu a 20 de Dezembro, quando o Benfica venceu o Rio Ave e abriu a porta a uma série de oito vitórias consecutivas no campeonato, 11 em todas as provas. Tudo isto sem Salvio, sem Luisão e, muitas vezes, sem Gaitán.

Aqui chegados, encontramos um Benfica impositivo, ancorado em Jonas e numa enorme solidez defensiva.

Mas Rui Vitória sabe que os dois parágrafos anteriores serão apagados se o Benfica não vencer um Porto que vai entrar na Luz muito fragilizado. Quase dois meses de bons resultados estarão sujeitos a 90 minutos de exame.

No Porto, a aventura Lopetegui deixou os dragões em crise profunda. José Peseiro está a gerir um plantel mal construído no Verão e mal retocado no Inverno. O novo plano tático exigia um 10, um central de qualidade e a permanência de Tello.

No fundo, a melhor notícia para o Porto foi a troca de técnico, porque Peseiro é muito melhor que Lopetegui. A recente derrota com o Arouca só fará mudar de ideias os mais desatentos.

Mesmo assim, é frágil a linha que ainda agarra o Porto à luta pelo título e uma derrota na Luz acabará de vez com essa candidatura.

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