Bernie Sanders foi sempre um político independente. Só muito recentemente se filiou no partido democrata. Sanders não gosta das regras com que os democratas escolhem o nomeado do partido: delegados, superdelegados e a decisão do eleitorado. Uma soma complexa.
A fórmula foi encontrada para debelar a hipótese de chegada ao poder de um candidato inepto ou populista. Assim, o desejo dos eleitores pode ser contrariado pelo voto dos superdelegados que escolhem quem consideram melhor representar os ideias do partido e com maior capacidade de tomar a Casa Branca na fase final das eleições.
Ora esse é o ponto de Sanders. Se é certo que tem uns milhões de votos a menos que Hillary Clinton, tem a vantagem de ser considerado em todas as sondagens nacionais como o único político capaz de derrotar Donald Trump nas eleições gerais.
Delegados e superdelegados democratas não acreditam que a América esteja pronta para um socialista. Pensam que, na fase final, entre um político que apregoa uma esquerda de tipo europeia e Trump os eleitores escolhem o milionário.
O problema está nas sondagens e vão todas no mesmo sentido: Bernie marca contra Trump. Bernie Sanders quer convencer os superdelegados, mas a maioria já declarou que vai apoiar Hillary Clinton.
Parte do partido democrata culpa Sanders de, mesmo sem poder ganhar, insistir, criando divisões internas desnecessárias numa altura em que o perigo de Trump chegar à Casa Branca é real.