COI quer "ir mais além" do relatório que denunciou programa de doping na Rússia

por Lusa
Denis Balibouse - Reuters

O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse este domingo que o organismo quer “ir mais além” do relatório do jurista canadiano Richard McLaren, que denunciou um programa institucionalizado de dopagem na Rússia.

À margem do congresso da Federação Internacional de Triatlo, em Madrid, que reelegeu a espanhola Marisol Casado para a presidência, o líder do COI disse querer identificar todos os atletas implicados e barrar, para já, a entrada nas provas das taças do mundo dos desportos de inverno.

“Toda a informação está sobre a mesa. Sabemos o que está a acontecer. Agora, temos de implementar reformas para evitar que isto se repita”, disse o dirigente.

Dois dias depois da publicação integral do relatório McLaren, que implicou cerca de 1.000 atletas russos em práticas de dopagem nos Jogos Olímpicos de verão Londres2010 e de inverno Sochi2014, Thomas Bach considerou “muito grave” a manipulação das amostras recolhidas nos controlos.
"De forma muito séria"
Para Bach, o COI tem de “ir mais além, já que Richard Mclaren não tem mandato para particularizar a gravidade das violações às leis antidopagem”.

“Já antes dos Jogos Rio2016 demonstrámos que encarávamos este relatório de forma muito séria. Agora, a nossa prioridade será ordenar a reanálise de todas as amostras recolhidas aos atletas russos”, explicou.

Thomas Bach acrescentou que o COI vai também solicitar à Agência Mundial Antidopagem (AMA) a identificação dos atletas implicados.

“Só a AMA tem essa informação. As federações internacionais e o COI esperam conhecer esses nomes para tirarem conclusões”, sublinhou, insistindo que o Comité Olímpico da Rússia está fora desta fraude, “a única coisa positiva do relatório”.

“Depois de ouvida a versão da Rússia, o Comité Executivo do COI decidirá todas as sanções a aplicar. As federações internacionais também terão de tomar medidas, já que se aproximam várias provas onde podem marcar presença desportistas russos”, alertou o presidente do COI.

Para já, o dirigente considerou ser “demasiado cedo” para concluir que a delegação russa será excluída dos Jogos de Inverno PyeongChang2018, pois o relatório McLaren “continua a ser avaliado”.
pub