Mais de mil atletas russos na rede de "doping"

por Mário Aleixo - RTP
A lista de atletas envolvidos na rede de "doping" continua a aumentar Epa-Yuri Kochetkov

Mais de mil atletas estavam envolvidos em testes de “doping” positivos entre 2011 e 2015.

Esta a principal conclusão do segundo relatório independente sobre as acusações que envolvem atletas russos em casos de “doping”, divulgado esta sexta feira, elaborado pelo professor Richard McLaren.

O professor de Direito da Universidade de Ontário concluiu que o governo russo foi quem patrocinou todo o esquema de dopagem dos atletas e com total anuência de Vitaly Mutko, ex-ministro do Desporto e chefe do comité olímpico russo.

"As descobertas-chave do primeiro relatório seguem imutáveis", garantiu McLaren.

"Mais de mil atletas russos competindo em modalidades de verão, inverno e paralímpicos podem ser identificados por terem envolvimento ou serem beneficiados das manipulações para ocultar testes positivos de doping. Uma conspiração institucional existia entre os atletas com participação de dirigentes russos dentro do ministério do desporto e a sua infraestrutura – como a RUSADA (Agência Antidoping do país, agora chefiada por Yelena Isinbayeva), CSP (Centro de Preparação Desportiva) e Laboratório de Moscovo - junto ao FSB (Serviço de Segurança Federal) para o propósito de manipular controlos de doping", explica o professor.

A primeira parte do relatório de McLaren, que veio a público em julho, um mês antes dos Jogos do Rio, havia apontado a participação de autoridades da Rússia no encobrimento de casos de “doping” nos Jogos de Inverno de Sochi, em 2014. O novo documento, por sua vez, mostra que o escândalo prosseguiu após a competição e atingiu uma escala maior do que se imaginava.

O relatório divulgado nesta sexta implica ao menos quatro medalhistas russos em Sochi-2014 e cinco medalhistas do país em Londres-2012 por envolvimento no escândalo de dopagem. A lista de atletas que beneficiaram do esquema envolve até nomes do futebol, de acordo com a pesquisa de McLaren.

Era um processo simples e efetivo para conciliar o uso de substâncias proibidas, que permitiu a atletas russos que competissem dopados. Atletas conhecidos e de alto rendimento tiveram seus resultados falsificados - resumiu o investigador.
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