Anadia, Águeda, Mealhada e Mortágua reconstroem posto de vigia de incêndios

por Lusa

Anadia, Aveiro, 30 ago (Lusa) - Os municípios de Anadia, Águeda, Mealhada e Mortágua vão financiar a reconstrução do posto de vigia do Moinho do Pisco, que será integrado na Rede Nacional de Postos de Vigia (RNPV), coordenada pela GNR.

Nos termos do protocolo celebrado entre os quatro municípios, a reconstrução do posto de vigia, situado em Avelãs de Cima, será feita pela Câmara de Anadia, cabendo a cada um dos restantes concelhos uma contribuição financeira de 5.300 euros, o que representará um investimento total de 21.200 euros.

"O posto do Moinho do Pisco ficará situado numa área de confluência de serras de quatro municípios e acredito que será muito importante para prevenir e detetar incêndios nesta área, que abrange a Mata Nacional do Buçaco", disse à agência Lusa o presidente da Fundação Mata do Buçaco, António Gravato, que em 2004 coordenou uma análise nacional à RNPV, no âmbito de uma iniciativa sobre incêndios florestais promovida pela COTEC Portugal (Associação Empresarial para a Inovação).

A importância de reconstrução do posto de vigia nesta zona de confluência de serras, que tem vista para Águeda, Anadia, Mealhada, Mortágua e serra do Caramulo, ficou demonstrada este verão, com os quatro municípios a enfrentarem incêndios de grande dimensão, que chegaram a ameaçar o património florestal e edificado da Mata do Buçaco.

"Este posto de vigia é de crucial importância para a prevenção de incêndios nestas zonas de contínuo florestal de eucalipto e particularmente para o município da Mealhada, dada a proximidade com a Mata Nacional do Buçaco e a necessidade de preservar o seu património natural e arquitetónico", reconhece fonte da autarquia da Mealhada.

O Moinho do Pisco era originalmente uma torre com cerca de 16 metros de altura, mas teve de ser desativado em 2012 depois de ter sido furtada a estrutura de ferro do posto de vigia.

O novo posto ficará assente numa estrutura de 10 metros, no topo do qual será ainda erguida uma pequena casa com cerca de cinco metros quadrados onde ficarão instalados os vigilantes, que trabalharão por turnos 24 horas por dia nos períodos críticos.

A RNPV, constituída por 237 postos de vigia espalhados por todo o país, é peça vital da operação da GNR Floresta Segura 2016, "materializada em ações de patrulhamento, vigilância das zonas florestais, de deteção e primeira intervenção nos incêndios florestais, na validação e medição das áreas ardidas nos incêndios florestais e na investigação das suas causas".

A GNR mantém ativa a rede nacional de postos de vigia, tendo sido contratados este ano um total de 920 vigilantes, a que se juntaram 591 militares do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS), e ainda 948 militares e civis do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), a quem compete, além da vigilância e do patrulhamento das áreas florestais, no sentido de detetar e reprimir atividades ilícitas contra o património florestal, validar e medir as áreas ardidas e investigar as causas dos incêndios.

 

Tópicos
pub