Câmara de Castanheira de Pera reclama médico a tempo inteiro no concelho

por Lusa

Castanheira de Pera, Leiria, 24 ago (Lusa) -- O presidente da Câmara de Castanheira de Pera, norte do distrito de Leiria, exigiu hoje médico a tempo inteiro para o centro de saúde local, e rejeitou a solução provisória da Administração Regional de Saúde do Centro (ARS Centro).

"Reclamamos uma solução definitiva de pelo menos um médico no horário normal de funcionamento do centro de saúde", afirmou à agência Lusa Fernando Lopes, explicando que uma clínica rescindiu o contrato e outro está em convalescença, o que provocou que na sexta-feira a unidade de saúde não tivesse tido médico todo o dia.

Considerando a situação "inadmissível e inconcebível" num concelho que "duplica e, mesmo, triplica a população" nesta altura do ano devido à Praia das Rocas, o autarca considera que a situação "não é nada convidativa para quem quer visitar Castanheira de Pera".

Na sexta-feira, o presidente da câmara enviou uma missiva para a ARS Centro dando conta da sua "mais profunda indignação" depois de ter sido informado verbalmente de que o concelho se encontrava, "por um período indeterminado, sem um único médico que possa atender e socorrer quem quer que seja que de cuidados médicos necessite".

Nesse ofício, a que a agência Lusa teve acesso, Fernando Lopes sublinha que o concelho tem "uma população envelhecida e, no geral, de parcos recursos financeiros" que não pode "assegurar os custos" de uma deslocação ao Hospital de Nossa Senhora da Guia, em Avelar, concelho de Ansião.

O autarca adianta que, "por via da sua vocação turística, nomeadamente no que diz respeito ao complexo da Praia das Rocas, tem sido visitada por cerca de 3.000 pessoas por dia durante este mês de agosto", destacando que "uma situação desta natureza, em que não existe nenhuma resposta em termos de saúde num concelho com estas características, não só não pode acontecer como é inadmissível".

"Assumidamente, não nos podemos dar ao luxo de correr o risco de, à semelhança do ano transato, se verificar uma intoxicação alimentar que afetou cerca de 70 pessoas e não existir uma resposta imediata para uma situação dessa natureza, ou outra, de igual gravidade", sustentou.

Na missiva, Fernando Lopes garante ainda que não concordará "com qualquer solução provisória e/ou pontual" que venha a ser proposta.

À Lusa, o autarca acrescentou que foi informado nesse dia pelo diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte de que a solução esta semana passa por ter médico nas tardes de hoje, quarta e quinta-feira, enquanto na terça-feira está assegurado médico todo o dia.

"Na sexta-feira não há médico no centro de saúde", observou Fernando Lopes, referindo que o atendimento complementar aos fins de semana está assegurado até setembro.

Para Fernando Lopes, esta solução "não satisfaz", insistindo numa solução definitiva para o centro de saúde do concelho.

A agência Lusa procurou junto da ARS Centro obter esclarecimentos, mas não teve resposta.

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