Cristas quer Governo com "prazo de validade curto" independentemente das autárquicas

por Lusa

A líder do CDS-PP afirmou hoje que trabalhará para que o Governo tenha "um prazo de validade curto", independentemente de momentos como as eleições autárquicas, aconselhando a que não se interprete demasiado as declarações do Presidente nessa matéria.

"Certamente que o senhor Presidente da República terá a sua visão, o senhor Presidente já fez outras declarações hoje também dizendo que se tinha referido apenas a esse momento como sendo um momento eleitoral, que tem certamente alguma relevância. Eu não sobre interpretaria essas declarações", afirmou Assunção Cristas aos jornalistas.

Depois de visitar um centro de dia para idosos em Alfragide, Amadora, Assunção Cristas respondeu aos jornalistas que a "história político-constitucional" portuguesa é "muito diversificada em torno das autárquicas".

"As autárquicas são essencialmente eleições locais, com circunstâncias muito específicas. Há sempre a tentação de fazer leituras nacionais, mas aquilo que me preocupa, com toda a franqueza, é trabalhar todos os dias e todas as semanas para mostrar o que está mal nesta governação e para apresentar uma alternativa", defendeu.

"Naquilo que depende do CDS, terá sempre um prazo de validade curto. Quando entendo que há um Governo que está a fazer mal ao país, o meu desejo, a bem do país, é que ele não dure muito", frisou.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje não acreditar que o Governo do PS, liderado por António Costa, caia após as eleições autárquicas de 2017.

"Não acho que o Governo vá cair" após as autárquicas, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa ao jornal `online` Observador, um dia depois de ter dito que não dará um passo para provocar instabilidade no ciclo político que vai até às eleições locais, no outono de 2017.

O Presidente justificou a declaração que fez na terça-feira, afirmando que "o Governo dura uma legislatura, mas em Portugal há uma tradição de as autárquicas terem uma leitura nacional".

Depois de recordar que "já houve vários casos", como a demissão de António Guterres de primeiro-ministro após uma derrota do PS nas autárquicas de 2001, Marcelo Rebelo de Sousa declarou hoje não acreditar na hipótese de queda do executivo, dado que a maioria de esquerda "está estável".

E justificou a sua afirmação na véspera com a necessidade de defender a estabilidade: "Foi para se perceber que estava fora de causa nestes dois anos haver instabilidade. E depois também era desejável que não houvesse. Como havia grande especulação sobre certas leis, queria dizer que nada se alterou significativamente desde o começo da legislatura e das minhas funções. A maioria está estável."

As declarações que Marcelo Rebelo de Sousa hoje explicou foram feitas durante uma visita ao Regimento de Comandos, na Amadora, em que respondia a perguntas dos jornalistas sobre as suas relações com o primeiro-ministro.

"Desiludam-se aqueles que pensam que o Presidente da República vai dar um passo sequer para provocar instabilidade neste ciclo que vai até às autárquicas. Depois das autárquicas, veremos o que é que se passa. Mas o ideal para Portugal, neste momento, é que o Governo dure e tenha sucesso", afirmou então Marcelo Rebelo de Sousa.

Para o chefe de Estado, "o Governo existe para durar uma legislatura [quatro anos]".

"Há claramente um ciclo político marcado pelas autárquicas e portanto estar a especular sobre instabilidade política nesse ciclo não faz o mínimo sentido", disse.

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