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Fabrequipa entrega primeiros veículos blindados ao exército português

por © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

A Fabrequipa entregou os primeiros carros blindados Pandur II 8x8 ao Exército português, no dia em que anunciou os futuros investimentos da empresa que pretende oferecer um portfolio de material à instituição militar.

"Houve muitos incrédulos mas nós nunca tivemos dúvidas que conseguíamos construir o Pandur. Entregamos esta semana as primeiras sete viaturas e até ao final de 2010 serão produzidas 218 viaturas no Barreiro e 42 nas instalações da Steyr em Viena", disse o presidente da empresa, Francisco Pita.

O Pandur II 8x8 é a primeira viatura blindada a ser fabricada em Portugal desde as antigas chaimites, com a empresa austríaca da Steyr a fornecer a tecnologia para o veiculo.

Francisco Pita anunciou também novos investimentos da empresa com o objectivo de disponibilizar um portfolio de material que possibilite que a que o Exército não tenha necessidade de procurar material no exterior.

"Vamos dentro de pouco tempo anunciar o nosso parceiro para a construção de viaturas 4x4 e também queremos fazer 6x6 ou 8x8. Outro dos investimentos está relacionado com uma nova unidade de protecção balística que pretendemos criar", referiu.

As actuais instalações da Fabrequipa situam-se no Barreiro, mas o presidente anunciou que as novas instalações que vão dar resposta às necessidades dos novos investimentos não devem ser na cidade, devido à falta de infra-estruturas.

"Temos pena e não pretendíamos deixar o Barreiro, mas é quase impossível permanecer e Palmela pode ser numa boa opção. Não vamos sair da zona sul porque existe aqui um oásis de profissionais na área da metalo-mecânica que queremos aproveitar", explicou.

O facto de a construção do Pandur, que vai ter 17 variantes terrestres e anfíbias, terminar em 2010, não coloca o futuro em causa, pois nem só de veículos blindados vive a empresa.

"Não fazemos só o Pandur, também somos líderes no mercado de semi-reboques em Portugal ou Inglaterra, mas em breve pode surgir um contrato com Marrocos. Vamos dar uma autosufiência a Portugal nunca antes vista", referiu.

Na cerimónia de apresentação estiverem presentes várias altas patentes do Exército português, para além de embaixadores de vários países, que puderam ver o novo Pandur.

O facto de nenhum responsável pelo governo português ter marcado presença foi minimizado por Francisco Pita, que justificou a ausência com a agenda complicada dos responsáveis.

"É anormal não estar ninguém do Governo mas o primeiro-ministro José Sócrates e Miranda Calha conhecem ao pormenor o projecto e sempre mostraram o seu interesse. As agendas são complicadas e a presidência da União Europeia também não ajuda", disse.

A empresa atingiu um volume de negócios em 2006 de 3,5 milhões de euros e prevê facturar cerca de 7 milhões em 2007 e 10 milhões em 2008.


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