Golpe de calor foi a causa da morte dos dois comandos

por Sandra Felgueiras, Cátia Ferraz, Jaime Guilherme, Sérgio Ramos, Pedro Rhotes, Samuel Freire, Nuno Castro

Foto: Hazir Reka - Reuters

Hugo Abreu e Dylan Araújo da Silva morreram devido a um golpe de calor que os levou a um quadro de desidratação irrecuperável.

É esta a principal conclusão das autópsias aos dois militares mortos no curso dos comandos, a que o Sexta às 9 teve acesso.

A autópsia de Dylan fala mesmo em lesões traumáticas sofridas ao nível dos membros com um instrumento de natureza contundente.

Chegados aqui, PJ militar e a procuradora titular do inquérito querem avançar para a constituição de novos arguidos mas, antes pretendem ouvir os peritos da medicina legal.

O Sexta às 9 cruzou todos os elementos da investigação feita até ao momento e chegou a uma lista de 16 militares que estão na calha para serem constituídos arguidos nas próximas semanas.

Envolve quase toda a cadeia de comando do curso 127.

A começar no responsável máximo pela formação e a terminar nos furriéis que apoiavam as provas fatais.

Hugo Abreu foi um dos instruendos que menos bebeu ao longo de todo o dia.

Até desfalecer, no final do aquecimento da prova de tiro, às 15h00, Hugo não teria bebido sequer meio litro de água desde as 21h30 do dia anterior.

Já Dylan estava a terminar a prova do carrossel quando desfaleceu. O único médico no campo de treino, o capitão Miguel Onofre Domingues, tê-lo-á visto nos primeiros instantes, mas desvalorizou o caso.

Isto depois de ter obrigado outros quatro graduados que se sentiram mal a rastejar para a ambulância.
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