Igreja Católica espera que país esteja em primeiro lugar

por Lusa

O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), padre Manuel Barbosa, disse hoje esperar que "o país esteja sempre em primeiro lugar" nesta fase pós-eleições e defendeu a necessidade de estabilidade governativa.

No final de mais um Conselho Permanente da CEP, em Fátima, distrito de Santarém, Manuel Barbosa realçou "a participação cívica" dos portugueses, apesar da abstenção, e votos nulos e brancos, e disse esperar que "neste processo posterior às eleições o interesse do país esteja sempre em primeiro lugar e não os interesses de grupos ou de partidos".

"Mas seja o interesse do bem comum do país e de todos os cidadãos", sublinhou o porta-voz da CEP, defendendo, por outro lado, que se "procure que aconteça" a estabilidade governativa "com toda a responsabilidade daqueles que vão assumir o governo".

Questionado sobre se os bispos estão preocupados com as negociações em curso entre as diversas forças políticas e com a eventualidade da criação de um governo à esquerda, Manuel Barbosa garantiu que na reunião "não se falou concretamente" se é um governo "à esquerda ou à direita".

"Falou-se apenas que se procure que haja estabilidade governativa com responsabilidade, porque o país está em primeiro lugar, tal como o interesse comum. E certamente aqueles que estão em diálogo procurarão junto do Presidente da República encontrar o melhor caminho, a melhor forma de governar o país", acrescentou.

À pergunta se é indiferente para a Igreja Católica ser um governo de direita ou de esquerda a governar o país, o sacerdote respondeu: "Não digo que seja indiferente, mas cada um terá a sua opinião. Neste momento trata-se de ver em concreto como o país vai assumir esta estabilidade governativa, mas não é indiferente, porque isto não pode ser indiferente a ninguém".

Quanto à possibilidade de haver num futuro governo forças políticas como o Partido Comunista ou o Bloco de Esquerda, o responsável sustentou que "não se põe a questão neste momento".

No dia 04, a coligação governamental Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) venceu as eleições com 38,55% (104 deputados), enquanto o PS conseguiu 32,38% (85 deputados), o BE subiu a terceira força política com 10,22% (19 deputados), a CDU (PCP/PEV) alcançou 8,27% (17 deputados) e o PAN vai estrear-se no parlamento, com um deputado, 1,39% dos votos. Estão por atribuir ainda quatro mandatos, referentes aos círculos da emigração.

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