Erros e atrasos no processo de El Doctor ditaram a libertação do narcotraficante e do seu braço direito da prisão de Monsanto em abril, quando foi ultrapassado o limite máximo de prisão preventiva, avança esta sexta-feira o Diário de Notícias. Macias Nieto e Edil Luna são agora procurados pela Interpol.
Segundo avança a edição desta sexta-feira do Diário de Notícias, a ordem judicial de libertação foi emitida em abril, altura em que o prazo foi ultrapassado.
Entre erros, atrasos e recursos da defesa em várias instâncias o Tribunal da Relação de Lisboa deixou pendente um pedido de extradição emitido pelos Estados Unidos, país que há muitos anos é procurado e investigado pela agência anti-droga americana.
Devido à complexidade do caso, o Conselho Superior de Magistratura mandou averiguar os termos em que foi conduzido este processo. O DN escreve que os vários recursos da defesa passaram pelas mais altas instâncias da Justiça, desde a Relação de Lisboa, Supremo e Tribunal Constitucional.
Procurados pela Interpol
Macias Nieto e Edil Luna chegaram a ser condenados pelo Tribunal de Almada em primeira instância. El Doctor a 11 anos e o segundo narcotraficante a oito anos e meio. Aguardavam o avanço no processo na cadeia de alta segurança de Monsanto, em prisão preventiva, e acabaram por ser libertados em abril.
Nessa altura, ficaram apenas obrigados a apresentar-se periodicamente à PSP, o que acabaria por não acontecer. Estão em parte incerta e são procurados pela Interpol.
Em declarações ao DN, o advogado de defesa de Nieto, Carlos Melo Alves, confirma que o seu cliente “saiu de Portugal” e deixa várias críticas a “erros gravíssimos” e outros de cariz técnico por parte da Relação.
Os dois narcotraficantes chegaram a Portugal em 2012. Macias Nieto, também conhecido como El Doctor, tem 68 anos e foi detido a 3 de agosto de 2012 na Costa da Caparica, na sequência de uma investigação concertada entre a agência antidroga dos EUA, Interpol e Polícia Judiciária.
Considerado um dos principais narcotraficantes da Colômbia, foi na altura acusado de tentar trazer cerca de 340 quilos de cocaína para venda no mercado europeu com a ajuda do braço-direito, que acabaria também por ser detido na operação.