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Mãe que fugiu com o filho do hospital de Faro foi detida

por RTP

A mulher que há seis dias fugiu com o filho recém-nascido do hospital de Faro foi detida, depois de ontem ter regressado de livre vontade à unidade de saúde. Passou a noite nas instalações da Polícia Judiciária em Odemira por falta de celas em Faro. Depois das 15h00 vai ser presente a um juiz. O bebé está sob vigilância médica.

A mulher, de 28 anos, toxicodependente, fugiu há seis dias com o filho dentro de uma mala, duas horas após o parto. O bebé estava na incubadora no serviço de Medicina Intensiva Neonatal e Pediátrica do hospital de Faro.

“O bebé chegou em boas condições de saúde e de cuidados. Aparentemente está bem. Parece que a mãe cuidou bem do dele e trouxe-o em boas condições. Vai ficar sob vigilância, a fazer análises para ver se tem alguma infeção”, afirmou Mariana Alfaro, a pediatra que de serviço na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, aos jornalistas.

Segundo a pediatra, “a mãe está muito arrependida do que aconteceu”.

“Agora vamos avaliar o bebé, o estado de saúde, a parte familiar depois logo se vê. O que interessa é avaliar o bebé e ver como é que se comporta nos próximos dias”, acrescentou.
Mãe não é uma criminosa

Pedro Nunes, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve, considera que a mãe não é uma criminosa e afirma que o hospital não é uma instituição prisional.

“Para o hospital esta mãe não é uma criminosa, é uma doente que tomou atitudes que serão eventualmente reprováveis socialmente, mas que está ao nosso cuidado, como o bebé está ao nosso cuidado”, sublinhou.

Pedro Nunes frisou que o “hospital não é uma instituição prisional, é uma instituição ao serviço dos doentes, tenham eles as doenças que tiverem, e portanto para o hospital esta mãe não é uma criminosa é uma doente que tomou atitudes eventualmente reprováveis socialmente, mas que está ao cuidado do hospital como o bebé está e é significativo que o bebé esteja bem e bem tratado”.

“O hospital só alegou o perigo para a vida do bebé para poder acionar as autoridades policiais, portanto foi uma presunção de risco, não foi um diagnóstico de risco efetivo. O que o hospital procurou desde o início foi transmitir uma mensagem de apelo a que a mãe voltasse ao hospital com a criança”, acrescentou presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve.

A Direção-Geral de Saúde e a Administração Regional de Saúde do Algarve tinha já avançado com uma investigação para apurar porque é que o Hospital de Faro não estava a aplicar a legislação que obriga ao uso de pulseira eletrónica nos bebés.
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