MNE recebeu resposta do Iraque sobre filhos do embaixador

por RTP
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O ministro dos Negócios Estrangeiros já recebeu uma resposta das autoridades iraquianas sobre o pedido do Governo para levantarem a imunidade diplomática dos filhos do embaixador em Lisboa, acusados de agressão a um jovem de 15 anos em Agosto passado. O ministério de Augusto Santos Silva fez saber que fará uma declaração esta sexta-feira de manhã.

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) recebeu hoje, ao final da tarde, a resposta das autoridades iraquianas relativa aos acontecimentos em Ponte de Sor. Essa resposta vai ser analisada e amanhã [sexta-feira] de manhã o MNE emitirá um comunicado", lê-se numa nota do gabinete do ministro Augusto Santos Silva.

Esta quinta-feira terminava o prazo de 20 dias úteis que o Governo deu à administração iraquiana para se pronunciar sobre o pedido de levantamento da imunidade diplomática de dois filhos do embaixador do Iraque em Lisboa, para que possam ser ouvidos pelo Ministério Público em interrogatório e na qualidade de arguidos. 

Os jovens, de 17 anos, são suspeitos de terem agredido um outro rapaz de 15 no passado mês de agosto em Ponte de Sôr. A agressão aconteceu a 17 de agosto passado, quando o jovem Rúben Cavaco foi espancado em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, alegadamente pelos filhos gémeos, de 17 anos, do embaixador do Iraque em Portugal.

Os rapazes são filhos do embaixador do Iraque em Portugal e gozam por isso de imunidade diplomática.

A vítima, que sofreu múltiplas fraturas numa rixa em Ponte de Sôr, distrito de Portalegre, teve de ser transferida para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, face à gravidade das agressões. Chegou a estar em coma induzido e só teve alta em setembro.

Em meados de Dezembro, os dois irmãos saíram de Portugal num avião com destino a Istambul, na Turquia.

Na altura, em reposta à RTP, o MNE informou que “recebeu, da embaixada do Iraque, a informação de que havia sido remetida nota a comunicar a deslocação do embaixador e sua família”.

O advogado da família confirmou à RTP que foi avisado, de forma informal, acerca da saída dos jovens do país, acrescentando que essa viagem não tinha qualquer relevância nesta fase do processo: “Os filhos do senhor embaixador são livres de fazerem o que quiserem, sem terem de me dar satisfações. Mas poderiam dar era em relação ao processo, mas eles ainda nem sequer foram constituídos arguidos, podem-se deslocar, têm imunidade diplomática”, afirmou Santana Maia.


c/ Lusa
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