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Municípios recolhem contributos de parceiros para adaptação à mudança do clima

por Lusa

Os 26 municípios participantes num projeto que os desafia a se adaptarem às alterações climáticas vão recolher contributos de parceiros locais para escolherem as melhores formas de enfrentar as mudanças do clima.

"Na próxima fase vão ser feitos `workshops` locais e são chamados `stakeholders` [parceiros] e há reuniões com todas as entidades que acharem adequadas", avançou hoje à agência Lusa Sílvia Carvalho, da equipa de investigação CCIAM, da Faculdade de Ciência da Universidade de Lisboa, uma das entidades que desenvolve o projeto Climadapt.Local.

A iniciativa pretende ajudar as câmaras municipais a definirem planos para enfrentar as alterações climáticas, abrangendo um conjunto que reflete todo o país, abrangendo Madeira e Açores, para incluir vários tipos de problemas e setores afetados.

Os eventos climáticos que foram identificados como podendo provocar maior vulnerabilidade para os municípios foram a precipitação excessiva, que levaria a cheias e inundações rápidas, as temperaturas elevadas e ondas de calor, secas, ondulações fortes, gelo e neves, deslizamento de vertentes e galgamento costeiro.

Sílvia Carvalho referiu que, depois de identificadas as vulnerabilidades, segue-se a fase de definição e priorização de opções de adaptação, trabalho que se baseia na análise de vários critérios, como a urgência, a flexibilidade ou a equidade de cada uma das alternativas.

Entre as opções de adaptação podem estar a promoção de corredores verdes, de espaços no parque edificado, a criação de ciclovias, a aposta em espécies agrícolas mais resistentes à seca, para evitar uma maior ameaça à agricultura, a criação de bacias de retenção para fazer face a inundações urbanas e cheias ou a regeneração do cordão dunar em zonas costeiras.

O grupo de municípios participantes no Climadapt, a que se juntam quatro a cinco "observadores", pode ainda introduzir alterações em planos já existentes ou desenvolver ações de sensibilização em escolas.

"Há problemas comuns a todos, mas muitas [das opções de adaptação] são particulares para responder a especificidades socio-económicas ou geográficas de cada um dos municípios", referiu Sílvia Carvalho.

Alguns concelhos já desenvolvem projetos ou ações que têm em vista a adaptação a novas condições climatéricas, por vezes integrando entidades locais relacionadas com os setores que podem ser mais diretamente afetados, como o turismo, a agricultura, mas também a saúde ou o ordenamento do território.

Em janeiro, foram assinados protocolos com 26 municípios de todo o país, que se juntaram a Sintra, Cascais e Almada, já com trabalho feito na adaptação às alterações climáticas e na integração de medidas nos vários planos das autarquias, como na gestão dos recursos hídricos, na saúde ou na defesa dos incêndios florestais.

O consórcio responsável pelo ClimAdaPT.Local é constituído por entidades portuguesas e norueguesas envolvidas em estudos, elaboração de estratégias e ações de adaptação, assim como no planeamento e gestão do território ao nível municipal e regional.

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