Um abalo sísmico com uma intensidade de 6.0 na escala de Richter foi sentido esta madrugada em todo o país, sobretudo na região do Algarve. A Autoridade Nacional de Protecção Civil adianta que "não são conhecidos quaisquer danos materiais ou pessoais" causados pelo sismo, cujo epicentro foi situado a cerca de 100 quilómetros da costa Sul.
A agência de geofísica dos Estados Unidos (United States Geological Survey) calculou a intensidade do abalo em 5.7 na escala de Richter e situou o epicentro a 185 quilómetros de Faro e a 265 quilómetros de Lisboa. O site da USGS indica ainda que o sismo ocorreu a dez quilómetros de profundidade.
Ao início da manhã havia registo de 12 réplicas de menor intensidade. O número de réplicas verificadas pelo Instituto de Meteorologia foi entretanto actualizado para 16. Em menos de duas horas, na sequência do tremor, o portal da Autoridade Nacional de Protecção Civil na Internet contabilizou perto de seis mil visitas. Adérito Serrão, do Instituto de Meteorologia, afirmou à agência Lusa que "o sismo desta madrugada é o maior registado desde 1969".
Autoridades reuniram-se de emergência
O ministro da Administração Interna esteve reunido de emergência com a Autoridade Nacional de Protecção Civil, em Carnaxide. Numa primeira fase, as autoridades procuraram apurar a eventual existência de danos materiais ou vítimas. Disponibilizar informações à população foi outra das prioridades.
"Não há registo de danos pessoais nem de danos materiais. Podemos concluir que houve, depois, algumas réplicas de menor intensidade", afirmou Rui Pereira à RTP, acrescentando que "o sistema funcionou, mais uma vez, bem".
O governante destacou o "volume de consultas muito significativo", logo após o sismo, ao site da Protecção Civil, "onde se pode recolher conselhos muito elementares, mas muito úteis nestas circunstâncias". Rui Pereira assinalou também a "boa comunicação entre todos os responsáveis".
Sismo "foi benéfico"
Os técnicos da Autoridade Nacional de Protecção Civil sustentam que o sismo desta madrugada foi "normal" e "benéfico".
O epicentro, explicou à RTP Henrique Vicêncio, da Protecção Civil, "foi a cerca de 100 quilómetros a sudoeste da costa portuguesa, daí que, apesar de a sua magnitude ter sido relativamente elevada, a distância permitiu que as ondas sísmicas não provocassem danos nos edifícios.
Henrique Vicêncio fala de uma actividade sísmica "normal": "É normal e benéfica, porque há libertação de tensões ao longo do tempo e, assim, estamos a evitar sismos de maior magnitude no futuro".