Povo da Ria Formosa em pé de guerra contra as demolições

por Sandra Vindeirinho, Paulo Lourenço, Paulo Nunes

As demolições de casas ilegais na Ria Formosa estão suspensas há 3 meses por decisão dos tribunais.

Alguns proprietários esperam assim manter a habitação à beira mar, outros desesperam pelo realojamento.

O processo de renaturalização da Ria Formosa, lançado pelo governo através do programa Polis, avançou finalmente após 20 anos de ameaças.

E com objetivos bem definidos: demolir 800 casas, construídas em cima de terrenos públicos, consideradas residências de verão ou segundas habitações.

Segundo a Polis, das 800 apenas 100 são primeiras habitações, com direito a realojamento.

Farol seria o próximo destino: 200 casas iriam abaixo, não tivessem os proprietários conseguido travar a entrada das máquinas.

Recorreram à Justiça. Alegaram que os trabalhos iriam destruir o habitat do camaleão, espécie protegida. O tribunal aceitou as providências cautelares. As demolições foram suspensas.

O governo recorreu da decisão e encomendou novo estudo sobre o impacto ambiental do projeto. Por agora, as máquinas estão paradas à espera das decisões do tribunal.

Das 800 casas sinalizadas, apenas 300 foram demolidas.

E se uns desesperam pelo realojamento, outros ganharam a esperança em conseguir manter a casa à beira praia.

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